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terça-feira, 2 de novembro de 2021

Relação D/S x Relação Baunilha

Publicado em 31/05/2021 na página de Jus Possidendi no Facebook.


Hoje vi o seguinte questionamento:
Como saber diferenciar sua relação amorosa de sua relação D/s? Por qual motivo D/s não podem desenvolver uma relação amorosa?

Bom... para dar uma resposta satisfatória ao seu questionamento número 1 é preciso ter o entendimento/aprofundamento de três elementos que envolvem uma relação BDSM: a troca de poder, a verticalidade/hierarquia e a consensualidade.

Em sua base, estamos falando de uma RELAÇÃO ERÓTICA DE TROCA DE PODER (Power Exchange). Se trata, grosso modo, de uma dinâmica onde um indivíduo (bottom) cede/transfere consensualmente o poder de controle/ de fazer coisas sobre si a um outro indivíduo (Top). Essa troca pode ser integral (TPE), parcial (PPE) ou apenas no momento do encontro (EPE).

A Verticalidade é a DEFINIÇÃO CLARA das posições dos parceiros; um interage na posição de Top enquanto outro interage na posição de bottom (não se pode ter dúvidas de quem está no controle). Enquanto que a Hierarquia é a aceitação expressa de que UM DOS PARCEIROS TEM PODER SOBRE O OUTRO e que esse poder deve ser respeitado ENQUANTO A TROCA DE PODER ESTIVER ATIVA. É o clássico Top manda/bottom obedece... rsrs.

A Consensualidade envolve conhecimento (saber o que está fazendo ou no que está se envolvendo), capacidade de fato (ter total aptidão mental) e consentimento expresso. A consensualidade é parte integrante fundamental de todas as bases do BDSM (SSC, RACK, PRICK, CCC, etc).

Se você conseguir ter a perfeita compreensão dos conceitos por trás desses três elementos (Power Exchange, Verticalidade/Hierarquia e Consensualidade) você saberá diferenciar claramente uma relação baunilha de uma relação BDSM.

É preciso ter em mente que acrescentar práticas sadomasoquistas numa relação baunilha, não torna essa uma relação BDSM. Gostar de dar tapas na bunda da namorada, fazer uso eventual de elementos do bondage (como vendar ou amarrar as mãos) durante o ato sexual e querer controlar o que sua namorada/esposa veste/come/faz não torna ninguém um Dominador BDSM. Uma relação BDSM (seja Ds ou não) precisa ter esses elementos em conjunto, caso contrário, é apenas uma relação fetichista. E não; ser fetichista não é ruim. É apenas um outro formato de relação, tão prazerosa quanto. Se não há troca de poder, se não há hierarquia/verticalidade, se não há consensualidade, não é uma relação BDSM.

A impressão que tenho é que, hoje em dia, se dizer BDSMer se tornou uma espécie de status... sou da época em que se você falava que praticava sadomasoquismo era considerado doente (e até mesmo criminoso) kkkkkk.

Agora, quanto a pergunta número 2.

Ninguém diz que não pode haver uma relação amorosa em um relacionamento BDSM. Somos seres humanos e seres humanos se afeiçoam pelos outros em diversos níveis. Casais baunilhas descobrem o BDSM juntos e incorporam os elementos acima, convertendo seu relacionamento baunilha numa relação Ds. Dominador e submissa podem se apaixonar e namorarem, se casarem e constituírem família, sem perder o formato de relacionamento BDSM.

Indico um texto maravilhoso do Senhor Paulo Duarte que fala sobre o tema.

O problema é o foco. O foco do BDSM é o jogo erótico, não o amor romântico. Pode se encontrar um amor na comunidade BDSM, assim como pode se encontrar na Igreja, no trabalho, na faculdade, na fila da farmácia, no corredor do supermercado. Mas você não vai a esses lugares com esse objetivo. Ele apenas aconteceu quando duas pessoas se envolveram e suas relações se desenvolveram ao ponto de desejarem algo mais aprofundado.

O cerne da questão quando se debate sobre relações amorosas no BDSM, é que muitas pessoas carentes e frustradas em suas vidas baunilhas, chegam ao meio sadomasoquista em busca de algo que não é BDSM e fazem uma confusão sem tamanho em meio de pessoas que somente querem praticar BDSM.

Para suprir suas carências, querem incorporar elementos baunilhas nas relações com seus Tops e bottoms e, pior, querem empurrar esses conceitos como se fossem elementos do BDSM e verdades absolutas, deturpando a base (troca de poder, a verticalidade/hierarquia e a consensualidade). Aí a gente lê aberrações como bottom falando que uma relação BDSM pode ser horizontal onde ambos (Top e bottom) tem o mesmo nível de poder, e querendo controlar o Dominador falando pra ele o que pode ou não fazer.

Então, sim... Dominador e submissa podem ter uma relação amorosa, podem constituir família, podem manter uma relação monogâmica. Enquanto a troca de poder, a verticalidade/hierarquia e a consensualidade estiverem presentes na relação, ela ainda é uma relação Ds. Se houver uma quebra desses elementos, ela se torna uma prazerosa relação baunilha com elementos fetichistas, por que não? O importante é ambos estarem felizes.

Prefiro um casal baunilha apimentado ou reconhecidamente fetichista honesto e feliz a um casal pseudoBDSMer frustrado que querem impor sua relação baunilha como se fosse BDSM para serem aceitos pela comunidade como um todo.

Sempre deixando claro que esta é unicamente a minha visão do todo e não uma verdade absoluta (certamente muita gente discordará), e já pedindo desculpas por, novamente, ser excessivamente prolixa.

Meus respeitos.

simplesmente lilica

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Cuidado para sua Ds à distância não se converter numa Ds virtual

 


Vi uma pergunta sobre Ds a distância.

Bom..  já vivi Ds à distância por quilometragem e já vivi Ds à distância por rotina e falta de disponibilidade do Top em encontrar pessoalmente mesmo morando próximo. Fiz muitas tarefas sozinha no silêncio da minha casa para entregar por vídeo e por foto. 

Tem um ditado antigo que diz "cabeça vazia, oficina do diabo". Manter a mente do submisso em estado de atenção é importante para que ele saiba que é necessário, que o Top sente prazer nas pequenas tarefas. 

Mas é preciso muito critério para que as necessidades do submisso estejam sendo supridos. 

Embora tenha sim pessoas que se satisfaçam somente com a virtualidade (sem entrar no mérito se é BDSM ou não), essa não é a realidade da maioria dos bottoms. A grande maioria quer e precisa sentir o olhar, o toque, o cheiro, a presença física do(a) seu(sua) Senhor(a). 

É preciso equilibrar as coisas e não usar da virtualidade para encobrir uma falha de condução. Não tem tempo ou condições para conduzir uma relação presencial? DEIXE MUITO CLARO que a relação será a maior parte pela virtualidade. 

• Não fique prometendo que vai encontrar o bottom mas esse dia nunca chega. 

• Não faça promessas vãs.

• Não dê tarefas com horário determinado e apenas veja dois dias depois.

• Não fique dias sem falar com o seu submisso resumindo a conversa ao bom dia/boa noite.

• Não resuma a submissão do bottom a uma live de punhetagem mútua.

São pequenas coisinhas que vão gerando frustração. 

Eu poderia fazer uma lista enorme de coisas que não deveriam acontecer numa Ds à distância mas acontecem.

Hoje, pessoalmente, prefiro ser playpartner com amigos a viver uma relação onde nunca (ou raramente) veja o Top, só pra dizer que tenho uma coleira.

Sinceramente, não consigo entender o que passa pela cabeça de um ser humano que vê o meu álbum de fotos no Verdugo ou no Fetlife, recheado com práticas que eu fiz, e me pergunta se eu aceito ser escrava virtual dele. 

Apenas repito: não tem tempo ou condições para conduzir uma relação onde estará presente pelo menos a cada 15 dias? Seja honesto. 

Não faça com que submissos que QUEIRAM PRATICAR percam o seu tempo.

Cace quem se contente com o pouco que vc tem pra oferecer.

E, principalmente, não chegue em praticantes BDSM presenciais e ofereça a sua virtualidade. 

A GENTE NÃO QUER. 


Meus respeitos.

Simplesmente Lilica 

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

É possível aprender sobre BDSM sozinho na internet?


Babosa espiral - Aloe Polyphylla
Jardineiro.net
Imagem meramente ilustrativa


Conhecer sobre BDSM, sua história (origem e evolução), as bases, formato de relações, informações sobre as principais práticas, limites, liturgia, hierarquia e verticalidade, a psicologia por trás da submissão e dominação, redflags, negociações e mais tantos outros tópicos é algo que uma pessoa pode fazer sozinha tranquilamente, ou sob a orientação de alguma pessoa mais experiente na comunidade. 

Obviamente, só se desenvolve a servidão ao servir, da mesma forma que só se desenvolve a dominação ao dominar. Mas base teórica é razoavelmente fácil de se conseguir por qualquer pessoa que saiba usar a internet para além das redes sociais. 

A internet é um imenso oceano de informações. Livros em pdf, sites, blogs, grupos, tudo está disponível gratuitamente e, com um pouco de boa vontade e um pequeno grau de conhecimento sobre os mecanismos de buscas, você consegue ter acesso a tudo o que precisar. 

Buscar livros e sites confiáveis é muito importante, principalmente, para separar o joio do trigo nas conversas virtuais pelas redes sociais. 

Eu sei que num mundo onde as pessoas se limitam a 140 caracteres no Twitter (agora são 280 né), encontrar pessoas que apreciem a leitura de um livro ou um bom texto é um esforço hercúleo. 

Hoje em dia as pessoas querem as coisas todas já mastigadas. O resumo do resumo do resumo. Eu me lembro que, quando estudava, eu pesquisava termos em inglês e traduzia com ajuda do Altavista (alguém lembra dele?)... e as traduções não chegavam nem perto da qualidade de tradução que o Google oferece hoje. A impressão que tenho é que, quando a informação ficou mais fácil, ela perdeu o valor. 

Mas é isso. 

O conhecimento é maior arma de uma pessoa. Você apenas saberá se alguém está plantando um pé de babosa no seu jardim, se souber diferenciar as baboseiras das demais plantas lá existentes. 

Meus respeitos
Lilica de Mestre Gregório.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Por que 50 Tons de Cinza incomoda tanto?



Li todos os livros da trilogia 50 Tons (incluindo o escrito pelo ponto de vista do Grey). Assisti ao primeiro e ao segundo filme; não me interessei pelo último. O livro, aos olhos de um apreciador da boa leitura, é mal escrito e com um narrativa preguiçosa, previsível e com uma conclusão óbvia, ilustrando a clássica estória da Gata Borralheira, introduzindo nela uma pitada de fetiche. Lembrando que se trata de uma fanfic da série Crepúsculo, ou seja, não tinha como sair coisa muito boa. O filme, bem, é uma adaptação de um livro ruim, então não se podia esperar nada melhor (e a escolha daquele elenco insosso e sem sintonia também não ajudou em nada). O grande erro da comunidade BDSM é vê-lo como se fosse um documentário. Esquecem que se trata de uma atração holywoodiana e cumpre muito bem a sua função social: entreter o público baunilha e molhar calcinhas. 

Do ponto de vista do BDSM o filme não tem falhas. Mostra todo o contexto por trás do fetiche: há a negociação, a exposição dos limites (adoro quando ela fala que não aceita fisting e ele diz que talvez ela fosse gostar kkkkk,... menina boba), o contrato, o controle (tem muito Dominador tão controlador quanto o Grey), a masmorra, os acessórios, as práticas, a instigação dos sentidos, o sexo. Aos olhos de um praticante experiente que tenha lido o livro (porque no filme isso foi pouco trabalhado), enxerga-se até mesmo a figura do switcher, afinal o Grey foi submisso de Elena, que o introduziu ao BDSM para controlar seus impulsos violentos e problemas psicológicos (nada diferente do que vemos com muita gente que aparece por esse meio). Tem até mesmo a figura da ex-escrava psicótica (quem nunca teve o azar de conhecer uma Leila? kkkkkkkkkkkk). 

Pois bem, 50 Tons de Cinza introduziu com êxito para o grande público, de forma lúdica e sem desejo de chocar ninguém, todos os elementos do BDSM moderno ao recontar essa versão erótica da relação da Cinderela e do Príncipe Encantado. E, em consequência do grande sucesso, uma enorme parcela da sociedade baunilha tomou conhecimento da existência do BDSM e, pasmem, se interessou por ela. 

Claro que toda grande exposição tem seu bônus e seu ônus. 

O sadomasoquismo sempre foi visto como algo doentio e sujo, e era vivenciado apenas no submundo. Quem já leu um pouco sobre a história do BDSM no Brasil (muitos por aqui vivenciaram realmente esses fatos), já ouviu falar sobre prisões, batidas policiais nas festas em razão de denúncias, acusações infundadas (ou algumas nem tanto mas não vem ao caso rsrs) de pedofilia e escravidão forçada. O BDSM era, e (não se enganem) ainda é, alvo de julgamento social. O sadomasoquismo é classificado como doença no CID 10, ainda vigente (F65.5 lembra?). O próximo CID exclui o sadomasoquismo erótico, mantendo apenas o sadismo coercivo na lista de transtornos, resultado direto das lutas por aceitação pelas comunidades sadomasoquistas do exterior (principalmente da comunidade Leather). Mas essa mudança vai demorar muito para surtir efeito real. Acreditem, ainda seremos vistos como doentes por anos a fio pela comunidade médica e, consequentemente, pela sociedade. 

No meu ponto de vista, o filme 50 Tons de Cinza teve, a longo prazo, o mesmo efeito prático para a comunidade sadomasoquista (respeitadas, obviamente, as devidas proporções) do que os causados quando do lançamento da sigla SSC, na Marcha de Washington em 1987: mostrou para a sociedade baunilha que nós não somos pessoas insanas; somos apenas pessoas normais vivenciando os seus fetiches de forma segura e consensual. E esta visão é tão verdadeira que, quando Anastácia Stelle fala para o Grey que não deseja mais vivenciar aquilo, ele queima o contrato e ambos param de praticar o BDSM e passam apenas a ter uma relação baunilha, mantendo um pouco do erotismo da dominação somente como fetiche durante o sexo. 

50 Tons de Cinza conseguiu fazer com que uma grande parcela da sociedade visse o BDSM como uma imagem menos negra e ilustrando-a com mais tons de cinza (perdoem-me pelo trocadilho kkkk). Ele suavizou a visão crítica da sociedade sobre o tema. 

No meu aniversário de 40 anos, ganhei de presente da minha irmã de coleira um bolo totalmente decorado com elementos sadomasoquistas, até mesmo os cupcakes. Foi uma festa muito divertida e eu levei os cupcakes que sobraram para o trabalho. dei para o pessoal dizendo que meu aniversário foi com a decoração de 50 Tons de Cinza. Todos riram, acharam engraçado... mas não foi um choque. Ninguém me olhou como se eu fosse um demônio. Hoje eu uso coleiras na rua tranquilamente como um acessório (sem a guia, afinal não tenho o intuito de chocar ninguém). Hoje nós vemos elementos sadomasoquistas em comerciais de TV, na novela, em filmes. Ainda há julgamentos? Claro que há. Mas quem realmente pratica o BDSM sentiu sim essa diferença. Podem fazer cara feia... podem resmungar o quanto quiserem. Mas, sim, 50 Tons de Cinza tornou a nossa vida em sociedade mais leve. 

Muitos praticantes descobriram o sadomasoquismo através do filme. Conheço submissas e escravas excelentes que “são frutos do 50 Tons”, como dizem maldosamente. Veio gente boa, comprometida, com vontade de aprender e praticar de fato. Elas vieram com a mente aberta, estudaram, conheceram pessoas, praticaram, e estão por aí, felizes e vivenciando o melhor (e o pior) que o BDSM tem pra oferecer, afinal, nem tudo são flores. 

Mas, como eu disse, toda grande exposição tem também o seu ônus. Sempre que se abre um portão largo para a multidão, fica difícil de se controlar quem entra. Então era de se esperar que, no meio da grande massa, se encontrassem vários curiosos, moralistas, afoitos. Infelizmente, que também se infiltrassem abusadores, estelionatários e aproveitadores de todo tipo, afinal, gente de má índole temos na sociedade aos montes; então é algo proporcional. 

Essas pessoas se proliferam nas redes sociais. Entram no ônibus no meio da viagem e querem sentar na janela. Querem trazer as regras do mundo baunilha para o mundo BDSM e empurrar goela abaixo de quem já está aqui praticando faz tempo, que o que vivemos está errado, que tudo é abuso, que submisso tem o mesmo poder que Top. Querem impor as suas vontades e regras se sobrepondo ao que já existe, tumultuam e fazem uma grande confusão. Se confundem e tentam nos confundir. 

Particularmente, eu não me estresso mais com esse pessoal. Imagina um jogador de futebol de várzea que passou a jogar na primeira divisão. Ele não concorda com as regras de arbitragem, nem com as regras do jogo. Começa a fazer um tumulto no time. Ele pode até causar... mas uma hora vai começar, por força, a seguir as regras senão vai ficar sem time para jogar. No BDSM não dá pra tirar o jogador do campo mas, certamente, se ele começar a causar demais, a probabilidade dele jogar num time sério vai ser pequena. Praticantes sérios apenas riem de pessoas assim. 

Mas esses são fáceis de identificar... a maioria não sai das redes sociais, vangloriam relações virtuais. São agressivos quando tem suas opiniões confrontadas. Não tem base, não tem argumentos válidos que defendam suas teorias. E, no final, não passam disso mesmo: de teóricos; porque a vivência é quase zero. Apenas reproduzem o que lêem na internet com a sua visão distorcida. 

Contudo, mesmo com toda essa balbúrdia causada na internet, ainda penso que 50 Tons de Cinza teve efeitos muito mais positivos que negativos para a comunidade BDSM como um todo. Se a pessoa pratica sadomasoquismo de forma real, não se preocupa com os virtuais. Nos eventos, em suas casas, ainda reina a cordialidade, as regras e o BDSM continua mais vivo do que nunca. 

Ficou um pouco mais difícil de se encontrar alguém com quem praticar? Sim... ficou um pouco... mas meu primeiro Dono, lá em 2009 já me dizia uma frase que nunca esqueci: “Quem é de verdade, sabe reconhecer quem é de mentira”. Praticantes reais vão sempre se cruzar e vão continuar praticando BDSM. Os demais, podem continuar tentando mudar regras pela internet. 

OK... o Grey se apaixonou, largou o BDSM para viver com a Anastácia e a mulherada acha que vai conseguir dar o golpe do baú também... Ah... conheço casos semelhantes e o Top nem rico era... kkkkk... Se a Anastácia tivesse gostado da coisa, ele teria continuado sendo dominador e ambos continuariam se amando do mesmo jeito. Foi apenas a solução dada pela autora. O BDSM nunca foi o foco da estória e, sim, a relação amorosa entre Annastacia e Christian. O BDSM só estava ali para apimentar as cenas mesmo.

No mais, ainda queria ver essa estória contada pelo ponto de vista da Leila. Ela realmente era praticante, era escrava e se relacionava diretamente com o Grey-Dominador, que era seu Mestre, e não com o Grey-bau. Ela fala pra Anastacia "O Mestre, o Sr. Grey, ele permite que você o chame pelo seu nome"... Em outro momento ainda diz "Eu nunca dormi na cama do Mestre". Eu compreendo Leila... compreendo seu sofrimento... sua paixão... sua submissão... Mas essa versão certamente não venderia milhões de livros. A servidão real não é bonita e seria chocante demais para o grande publico.


Meus respeitos
Lilica de Mestre Gregório



segunda-feira, 11 de maio de 2020

Modelo de contrato BDSM

Numa época onde muito se discute a consensualidade nas relações sexuais, nada mais pertinente do que citar um item bastante presente e que envolve a fantasia de muitos casais que desejam praticar BDSM: o Contrato. 

No início deste ano, um advogado, ao protocolar uma petição inicial em um processo do Juizado Especial Cível de Cuiabá/MT, incluiu, dentre os documentos anexos, um contrato de submissão sexual muito parecido com o apresentado ao público na franquia 50 Tons de Cinzas, com detalhes digamos "picantes"... rs.

Aproveitando o ensejo vou trazer aqui um modelo de contrato de submissão que redigi a uns três anos... o fiz inspirada em vários modelos que encontrei na internet, inclusive na página do Carceireiro (nem sei se ela ainda existe), onde havia vários contratos registrados.

Existem contratos simples, em formato de declaração; outros mais complexos, com descrição de todas as práticas. 

Seja qual for o modelo escolhido, convém lembrar que um contrato de submissão não tem valor jurídico, sendo apenas um item de fetiche dos casais sadomasoquistas.


 submission contract


CONTRATO DE SUBMISSÃO

____________, doravante intitulado "DONO", firma o presente contrato com __________, doravante intitulada "escrava" neste contrato de submissão.

O ÚNICO E INALIENÁVEL DIREITO DA ESCRAVA É PODER DEIXAR DE SER ESCRAVA QUANDO QUISER, porém, enquanto estiver sob o domínio do DONO, ela deverá obedecer a todas as suas ordens e desejos, proporcionando-lhe todo o tipo de distração, prazer e conforto.
Ambos concordam e confirmam que tudo que ocorra sob os termos do presente contrato será consensual, confidencial e sujeito aos limites acordados e aos procedimentos de segurança estabelecidos no presente contrato. Limites e procedimentos de segurança adicionais poderão ser acordados por escrito.


1. Deveres da escrava
     1.1 A escrava declara que não mais terá decisões próprias nas coisas que faz ou precisa fazer.
     1.2 A escrava declara estar ciente do domínio do Dono 24 horas por dia, sete dias por semana, devendo prestar contas de todas as suas atividades diárias, com relatórios, fotografias ou o que mais o Dono exigir.
     1.3 A escrava declara estar inteiramente a disposição do Dono das noites de sexta-feira até as tardes de domingo todas as semanas, bem como nos feriados ou quando em gozo de férias, estando viagens ou passeios sujeitos à aprovação do Dono.
     1.4 Fica a escrava terminantemente proibida de:
        a) manter segredos para com seu Dono;
        b) desacatar ordens de seu Dono.
     1.5 A escrava declara ser propriedade exclusiva do Dono, estando terminantemente proibida de se submeter ou fazer sexo, ainda que virtual, com outra pessoa, assim como de manter contato com outros Dominadores sem autorização do Dono.
     1.6 A escrava declara que não esperará recompensa pelo bom comportamento, sabendo que esta é uma obrigação sua, aceitando ser punida quer seja insolente, desobediente, ou falhar em alguma tarefa, bem como pelo simples prazer do Dono, entendendo que a punição será sempre justa e para seu próprio aprimoramento como escrava, sem esquecer-se jamais de agradecer ao Dono pela punição aplicada. A escrava aceita humilhações públicas ou até mesmo ser oferecida para outros, confiando sempre no bom senso do Dono.
     1.7 A escrava declara que portará a coleira ou quaisquer outros símbolos de posse, em todo o momento, demonstrando ser propriedade do Dono, não os removendo em hipótese alguma.
     1.8 A escrava declara estar ciente de que o Dono poderá, a qualquer momento, adquirir novas escravas e fazer sessões com mais de uma escrava, conforme seu interesse e necessidade, participando ativamente dessas relações.


2. Deveres do Dono
     2.1 O Dono compromete-se a não prejudicar sua escrava profissionalmente e cuidar do seu objeto de prazer, atentando para não deixá-la com marcas permanentes ou a fazer uso de qualquer meio que coloque em risco a sua saúde, devendo prover o mínimo de conforto, porém o máximo de segurança.
     2.2 O Dono declara que sempre ouvirá a escrava e saberá a seu modo ser compreensivo com suas súplicas, analisando cada caso para saber se a escrava tem ou não razão.
     2.3 O Dono deve evitar, na medida do possível:
        a) Passar a escrava tarefas a serem cumpridas durante seu horário de trabalho;
        b) Deixar marcas de espancamento em partes visíveis do corpo da escrava, como rosto, braços e pescoço.
     2.4 O Dono pode dispor da escrava como melhor lhe aprouver podendo, inclusive, emprestá-la ou compartilhá-la, sempre prezando pela integridade física da escrava.


3. Safeword
     3.1 A Safeword utilizada nas cenas será: “___________” sendo o gesto de segurança combinado antecipadamente de acordo com a situação da cena.
Parágrafo único: Tudo isto na observância do bom senso do Dominador, pois mesmo sem a súplica através da safeword, valerá o bem físico de sua escrava. Cabe ao Dono, também zelar para que seja uma relação prazerosa para os envolvidos na cena.


4. Limites
A escrava tem como principais limites:
     4.1 Prática escatofílicas em geral, aceitando chuvas dourada e prateada.
     4.2 Práticas que envolvam asfixia erótica, mumificação ou uso de máscaras devem ser evitadas. A escrava declara que sofre de claustrofobia podendo estas práticas desencadear uma crise. Uso de vendas ou outros acessórios restritivos podem ser usados, devendo o Dono estar atento para as reações da escrava a fim de evitar crises.
     4.3 Práticas de zoofilia.

Parágrafo único - Fica estabelecido que o bom senso e o respeito mútuo serão as principais regras desse contrato.


domingo, 16 de junho de 2019

Entrevista no Programa Agitando BDSM - Rádio Agita Planeta

Link para a minha entrevista, junto com a linda Val Hell, no Programa Agitando BDSM, na Rádio Agita Planeta, com apresentação de Francine Zanque (aka Senhora Valentina Severo).

O programa é apresentado às quintas-feiras, a partir das 21h00, na Rádio Agita Planeta.
www.agitaplaneta.com

Enjoy e assistam as outras entrevistas também.




Programa Agitando BDSM - Mulheres na Submissão C/ Lilica MG e Val Hell

terça-feira, 4 de junho de 2019

Muito além dos 50 tons de sexualidade - Reflexões Clínicas

Mais um vídeo do Dr. Mauricío Amaral de Almeida, desta vez, falando sobre BDSM.
Conheça o Canal Reflexões Clínicas.

1/5: Conceitos iniciais
2/5: Bondage e Disciplina
3/5: A D/s, a Dominação e a submissão  
4/5: O sadomasoquismo erótico
5/5: Uma conversa com a psicologia e a psiquiatria
Publicado em 31 de mai de 2018
BDSM é um conceito guarda-chuva que abrange um conjunto muito específico de fetiches eróticos:

B&D – Bondage e Disciplina
D/s – Dominação e submissão
S&M – Sadismo e Masoquismo

O tema BDSM tem estado muito em discussão na atualidade e muitos conceitos básicos aparecem nessas discussões e vale a pena conhecê-los.

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Conversar x Negociar

Dia desses estava conversando com um amigo Dominador sobre Negociações. Ele comentou comigo que, quando iniciou, não existia Conversação. As partes negociavam direto.

Propus, então, um debate usando, como exemplo, o diálogo hipotético abaixo.

- Dominador: bom dia, tudo bem? te vi no grupo tal e gosto das suas ideias. Vi que gosta de shibari. Sou shibarista. 
- Submissa: Olá senhor. Nossa. Eu amo shibari. Vejo o Senhor falando bastante sobre o assunto... fui amarrada várias vezes e estou estudando pois desejo me tornar uma dorei.
... trocam algumas fotos... falam mais sobre gostos, pessoas, referências...
- D:Eu sou de lugar Z e vc?
- S: Ah moro em Y.
- D: Legal, perto... podemos nos conhecer, falar um pouco sobre shibari. Tenho vários materiais.
- S: Ah.. claro Senhor... vamos conversando.
- D: vou trabalhar agora, depois nos falamos. Até mais.
- S: Até Senhor. Bom dia.

Isso é uma negociação? Não, isso é uma conversa.
Prossigamos...

O casal acima já está a algumas semanas papeando... nessas conversas já começaram a falar sobre interesses pessoais, detalhes da vida bau, para saber mais sobre o outro. Mas ainda não se conheceram.

Eles estão negociando? Não, ainda estão apenas conversando.

Dominador e submissa já perceberam que têm os mesmos interesses e gostam de conversar com uma frequência quase diária: várias vezes ao dia. O teor da conversa mudou um pouco... é mais aprofundado.
O Dominador percebe uma abertura na submissa.
Ela está bastante interessada naquele shibarista que pode lhe ensinar muito e gosta da maneira como ele a trata. Ela começa a respeitá-lo mais do que aos outros Dominadores com quem conversa. Tem vontade de passar mais tempo falando com ele do que com os outros.
Ambos já sabem um pouco mais sobre os desejos do outro e desejam se conhecer pessoalmente. Ou um encontro com amigos num bar lugar aberto ou num café apenas os dois. E a conversa migra pra este caminho.

E agora? Agora, sim, este Dominador e esta submissa abriram as portas para uma negociação.
É essa linha tênue que as pessoas não enxergam. Confunde-se conversar com negociar.
Conversar é conhecer.

Seres humanos, ao se conhecerem, estreitam conhecimento através do diálogo. Seja virtualmente, seja pessoalmente. Tudo começa da conversa; parte-se do cumprimento, fala-se sobre amenidades, até se descobrir algo em comum que faça com que se mantenha o interesse na conversa.
Conversação é a porta de entrada para se conhecer alguém.

Negociar no BDSM, falando do ponto de vista do bottom, significa se sentar com o Top e acordar o que pode ou não ser feito com o seu corpo ou o seu psicológico; do ponto de vista do Top, significa conhecer os limites aos quais ele não pode ultrapassar (ou deve ultrapassar com parcimônia).
Negociação você faz com quem você já conhece.

Conversar sobre práticas não significa que se está negociando sobre estas práticas.

Quando eu falo para Dominador Y que gosto de ser amarrada, não significa que estou falando pra este Dominador que quero ser amarrada por ele.

Comentei certa vez, em outro texto, sobre negociação miojo.
Comecei a conversar com um Dominador e logo percebi que nossos interesses não batiam e me despedi. Quando o Dominador falou: espero podermos dar continuidade nessa negociação.
Respondi: a gente só está conversando... não tem nenhuma negociação rolando aqui.
Está bem... reconheço que fui chata e, porque não dizer, grossa; afinal, ninguém é obrigado a se engessar em fases ou saber diferenciar o nome de cada uma.

Mas eu espero que a pessoa tenha um “feeling” para diferenciar uma simples conversa de uma negociação. Não se pode atropelar passos em relações. Não podemos fazer isso no baunilha, imagina no BDSM.

Conhecimento é a principal arma do submisso.

Meus respeitos.
lilica de Mestre Gregório

terça-feira, 23 de abril de 2019

BDSM para iniciantes - Blog Mulheres Bem Resolvidas


Vocês conhecem o blog Mulheres Bem Resolvidas?

Cátia Damasceno abre um espaço para as mulheres debaterem abertamente sobre Sexualidade e outros temas do universo feminino.




Neste vídeo, ela apresenta de forma clara e bem divertida o BDSM, dirigido para o público aberto que deseja conhecer nosso mundinho escuro.

Vale a pena compartilhar com aquela sua amiga baunilha para quem você não consegue explicar o que nós fazemos aqui. rsrs.

Acompanhem também o artigo no blog:
BDSM: tudo sobre bondage, dominação/submissão e sadomasoquismo!

Já sei qual será minha próxima safeword: Goooool da Alemanha 😂

Não entendeu? 😏 Assista o vídeo.

sexta-feira, 12 de abril de 2019

BDSM x Mundo baunilha: Os mesmos preconceitos


Esta semana participei de um debate onde se perguntava como se identificar um Top ou bottom galinha, se uma submissa sem Dono podia ficar vagando pelos pvs dos Tops e como os Tops viam a ação das “submetralhadoras”.

A questão, embora carregada de estereótipos baunilhas, certamente não é impertinente ou absurda, ainda mais originada de uma iniciante que está tentando se descobrir e entender o nosso mundinho escuro.

Mas as respostas, vindas de praticantes reais e experientes, estas sim me incomodaram bastante. E me fizeram ver o quanto é importante alertar os iniciantes de que há sim muito preconceito na comunidade.

Existem muitas pessoas perdidas por aqui em busca de algo que não é BDSM. E estas pessoas, não sendo BDSMers, logo são desmascaradas; não são bottoms e não são Tops. Não entendem de liturgia e desconhecem as práticas. Não estudam e só querem passar o tempo, se distrair e se divertir (na maioria das vezes virtualmente). Quer se divertir com elas? Ótimo. Não quer, bloqueia e ignora. É chato? Sim... mas não impossível de se fazer.

Porém, em nossa comunidade, o que mais temos são submissas experientes que não entenderam que seus Donos não pertencem a elas e sim elas que pertencem a Eles. E estas submissas são as maiores propagadoras de ofensas e fofocas a respeito das meninas que procuram seus amados Donos nos pvs. Subpiriguete, subpiranha, submetralhadora... e vários outros nomes pejorativos para denegrir a imagem de uma garota que simplesmente, sendo livre, tem a liberdade de conversar com o Dominador que quiser.

E são também os Dominadores experientes que falam mal das meninas que conversam ou, até mesmo, fazem sessões avulsas com vários Dominadores. Dizem a elas o quanto podem ficar mal faladas, com baixa reputação e que nenhum Dominador sério irá querê-las. Eu, pessoalmente, já ouvi isso mais de uma vez e sei o quanto fere e quase me fez desistir. Tenho conhecidas na comunidade que passaram pela mesma situação.

Quando conheci o Mestre Gregório, eu falei pra Ele que fazia avulsas porque nenhum Dominador queria ter D/s com uma submissa como eu. Mestre perguntou o que poderia haver de tão ruim em mim para ser rechaçada. Para vocês verem o quanto conseguiram incutir em mim que eu não poderia arranjar alguém por ser considerada uma puta. Mestre Gregório teve que fazer um trabalho de desconstrução e reconstrução para que eu pudesse melhorar a minha autoestima. E isto não foi no meu início; estou falando de algo que ocorreu a menos de dois anos. E se aconteceu comigo, já experiente e esclarecida, imagina o que não ocorre na cabeça de uma iniciante?

Não vamos fazer isso com as nossas iniciantes!

Hoje amadurecida, segura e consciente do que quero e gosto, entendi que existem três coisas que prezo muito no BDSM: Liberdade, Lealdade e Respeito.

A primeira diz a razão pela qual eu estou no BDSM, sendo esta a liberdade que eu tenho aqui de vivenciar coisas que eu não posso viver no mundo baunilha por conta do julgamento social. Ou seja, se for para ser taxada de puta, galinha, ou qualquer outro nome pejorativo que se dê ao comportamento libertino de uma mulher, eu não preciso estar no BDSM.

A segunda defino como sendo a minha atitude para com a pessoa com a qual eu me relaciono e para com os meus princípios. Uma submissa, tendo uma relação fixa com alguém (com coleira ou não), não vai ficar flertando com outros Dominadores. Do mesmo modo, um Dominador não vai ficar tentando seduzir a posse alheia, porque não vai estar sendo leal para com o outro Dominador, nem leal para com os protocolos BDSM.

Por fim, eu falo do respeito. Por que uma submissa livre pode conversar com quantos Dominadores ela quiser sem ser julgada, desde que não chegue tentando desestruturar uma relação em andamento, com intuito de causar discórdia, dividir ou tomar o lugar de quem já está (sim, acontece). Da mesma maneira, um Dominador pode conversar com quantas submissas ele quiser, (porque, sim, ele pode ter quantas submissas ele quiser), desde que mantenha a postura esperada de um Dominador.

Portanto temos o dever de rever os nossos pensamentos e expurgar da comunidade BDSM essa hipocrisia que se instaura de menosprezar a sexualidade da mulher que já é tão reprimida no mundo baunilha. Usar termos pejorativos como galinha, piranha, piriguete, metralhadora, só mostra o quanto trazemos ainda de preconceitos baunilhas ao BDSM, e eu sinto muitíssimo por isso.

Meus respeitos.
lilica de Mestre Gregório

terça-feira, 2 de abril de 2019

Sexualidade Alternativa - Reflexões Clínicas


Série sobre Sexualidade Alternativa com o Dr. Maurício Amaral de Almeida.

Conheça o canal Reflexões Clínicas.



1/5: A sexualidade está na sua mente
2/5: Quando a quantidade do desejo varia
3/5: Quando se quer apimentar a relação
4/5: Quando a sexualidade vai além do sexo
5/5: Muito alem dos 50 tons de cinza.

Publicado em 30 de nov de 2017
A sexualidade humana depende do significado que atribuímos a ela.

Existem formas convencionais de sexualidade e todos sabem mais ou menos o que é convencional na sua própria cultura. Tudo o que não é convencional pode ser entendido como sexualidade alternativa.

Nesta série de vídeos nós discutimos as principais formas de sexualidade alternativa não patológicas que aparecem na clínica.

sexta-feira, 29 de março de 2019

24/7?

Publicado originalmente em 09/03/2019 no grupo BDSM Confidence (Facebook)


Costumo dizer que vivo uma relação PPE 24/7.

Mestre Gregório é casado (e não é comigo... kkkk). Nós não temos um relacionamento romântico e os detalhes de sua vida baunilha compete apenas a Ele, não cabendo a mim envolvimento

Por conta desse detalhe, algumas pessoas podem não “aceitar” (aspas propositais) nossa relação como sendo 24/7, uma vez que não moramos juntos, embora eu já tenha percebido uma mudança nesta mentalidade.

Ora, nossa relação é exclusivamente de Mestre x escrava; não busco nada no Mestre além da Sua Dominação; Ele, por sua vez, não busca nada em mim, além da minha Submissão.

Uma escrava enxerga a sua relação como um conceito de posse.

Eu, como escrava que sou, não tenho relacionamentos baunilhas; uma escrava é uma posse; e, como posse, pertence; e, pertencendo, apenas se envolve com quem o seu Dono (Proprietário) lhe permite.
Em nenhum livro de História diz que uma escrava convivia maritalmente com seu Dono. Nem “O” personagem principal do maior clássico sadomasoquista - morava com Sir Stephen. Uma escrava apenas pertence, no sentido literal, tanto que “O” é presenteada a Sir Stephen por René.
- “Entre nós há também uma liberdade tão antiga e tão absoluta que o que me pertence sempre lhe pertenceu, e o que lhe pertence, é meu. Quer consentir em participar disso?”, Historia de O, Capítulo 2.

Pois bem... ninguém deixa de ser posse apenas por estar trabalhando ou estudando... ninguém deixa de ser posse por não estar cotidianamente na presença de seu Senhor. Uma posse pertence. Ela está disponível para que seu Dono se disponha dela quando melhor Lhe aprouver.

Mas um Dominador responsável terá bom senso e saberá conduzir a sua posse de forma a não prejudicá-la em sua vida baunilha..

Pois bem... lilica é uma posse e não interpreta papéis. Ela é uma posse durante 24 horas por dia, 7 dias por semana; alma e corpo abertos e disponíveis para o seu Mestre.

E assim será enquanto Ele assim O desejar.

Meus respeitos.
lilica de Mestre Gregório.

Dez anos e o blog voltou!!!

  Em 2008, quando eu ainda servia ao Senhor FA e me chamava Emanuelle, criei o blog Diário de Emanuelle com a intenção de traduzir em pal...