Mostrando postagens com marcador entrevista. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador entrevista. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Entrevista no Grupo Confraria Sociedade BDSM

Olá, pessoal. 

Vida corrida: faculdade, trabalho, desânimo... mas vida que segue.
Faz tempo que não escrevo e nem posto nada aqui; mas dei uma entrevista no Grupo Confraria Sociedade BDSM no 22/03/2020 e gostaria de compartilhar com vocês.

Lembrando que tudo o que falo é opinião pessoal, baseada nas minhas experiências; não são verdades absolutas nem muito menos desejo de ditar regras. 

Boa leitura.


* Boa noite.
Vou fazer um breve resumo de mim.
Me chamo lilica de Mestre Gregório, tenho 41 anos, comecei a estudar BDSM em 2006, a praticar mesmo em 2009, porém me mantive afastada por alguns anos, retornando ao meio no final de 2016.
Tenho a honra de estar servindo ao Mestre Gregório a 2 anos e 5 meses.
Sou apaixonada pela liturgia e pelos protocolos, mas não sou escrava deles, pois as relações, como diz o Mestre, sofrem mutações.
Tenho um forte dogma sobre ao ser escrava eu sou posse, tanto que meu blog se chama Jus Possessionis, que é um termo jurídico que significa Direito de Posse.
Bom é isso. E obrigada pelo convite e oportunidade sobre dar a minha visão sobre a submissão. 🥰


Sociedade: o que compreende a liturgia e protocolos dentro do BDSM? 

* Bom... o BDSM não tem um livro de regras, infelizmente (ou felizmente, não sei mais... rs).
Mas, antes da lei, vem a norma, que é uma espécie de consenso geral não escrito, mas que existe; e todos sabem que existe. Podem chamar de protocolos; no Brasil, convencionou-se chamar de Liturgia.
Mas conceitos que compreendem a hierarquia e a verticalidade (com o ordenamento dos papéis Top, bottom e Switcher), as bases que incluem a consensualidade (SSC e suas ramificações), os formatos de relações, estudo prévio para realização das práticas, rituais que embelezam e dão simbologia aos atos. Tudo faz parte da liturgia.
Se pesquisarmos material estrangeiro veremos que há um consenso, um padrão que as pessoas seguem. Adapta-se uma coisa ou outra mas, no geral, os protocolos regem o BDSM para que possa ser praticado com segurança e prazer.


Sociedade: apesar de você ser adepta dos Protocolos/Liturgia concorda que o SSC não dá a segurança que algumas pessoas julgam ter ?

* Segurança é algo relativo. As pessoas traduzem o Segurança ao pé da letra, onde nada nunca dá errado. Isso certamente é uma falácia, afinal não há como prever 100% das situações. Os cuidados com a segurança são para minimizar os erros, não para isolá-los totalmente. Um bottom pode se mexer, uma corda pode quebrar, uma vela pode cair, um chicote pode reverberar... tanta coisa pode acontecer. Ninguém é Deus para prever tudo.


Sociedade: qual seria ao seu ver o dogma do ser escrava ou posse...?

* A escravidão no BDSM não é real, obviamente; ela é erótica. A lei não permite que se possa possuir literalmente uma pessoa. Por que ela é erótica? Porque eu tenho prazer em ser posse, em estar posse, em não ter direitos dentro daquela relação; e, principalmente, porque eu tenho a plena certeza de que se amanhã eu não quiser mais ser escrava, eu não sou mais.
No entanto, enquanto o Mestre estiver exercendo o seu Jus Possessionis erótico sobre mim, eu, como escrava, não devo ser nada além do que aquilo que eu me propus a ser: uma escrava. Então qual seria a lógica de questionar cada ordem, desobedecer? Eu não estaria sendo leal ao que eu quero ser: escrava.
Obviamente existem várias formas de se submeter (inclusive de não se submeter rs) mas, para mim, ser posse é isso: pertencer e obedecer.


Sociedade: Lilica, confesso que tenho muita dificuldade em aceitar algumas coisas e me submeter. Contemplo a submissão e jamais me vi empunhando um chicote, sempre me vejo recebendo os golpes. Não me importo em apanhar, mas a subserviência ainda é algo difícil de engolir.O que pode me ajudar nesse processo.

* Você precisa descobrir se realmente seu desejo é se submeter. A submissão é um desejo interno. Você pode ser apenas masoquista, desejar o prazer da dor. Eu, sinceramente, não acredito muito nesse negócio de forçar submissão, ou se aprender a submissão. Você pode despertar dentro de si algo que estava adormecido. Conhecer alguém a quem deseje realmente estar aos pés. Mas pode não acontecer. E isso não te torna melhor ou pior; apenas tem outra forma de querer praticar. BDSM não tem apenas D e S.


Sociedade: como vc vê o empréstimo de escravas entre os Nobres dentro do BDSM??

* Eu gosto.. sendo objeto não cabe a mim questionar a quem o Mestre me empresta. Mas é necessário um alto grau de confiança entre a posse e o Dono. A posse tem que confiar que o Dono não vai desejar nunca prejudicá-la; que tudo o que ele fará é para o crescimento dela como posse, como submissa.
Falo no feminino porque falo na minha pessoa, mas serve para os bottoms masculinos também.


Sociedade: Lembrando que submissão é diferente de subserviência, não é Lilica?

* Subserviência e submissão refletem a mesma coisa: ambas significam se submeter ou servir voluntariamente a alguém.
A diferença é que uma pessoa subserviente não questiona e faz o que mandam por medo de ser excluído, rejeitado.
Sua submissão é falsa e visa interesses mesquinhos.
Por sua vez, uma pessoa submissa, se submete pelo prazer de servir, pelo desejo de ver o outro bem. Uma pessoa submissa é humilde.
Uma pessoa subserviente é egoísta.
Então, embora ambas sejam submissões voluntárias, o que as diferencia é o objetivo: servir em prol do outro (submissão) e servir por medo do outro (subserviência).
Uma submissa no BDSM não pode ser subserviente. Porque senão ela acaba servindo ao primeiro que for mais autoritário com ela.


Sociedade: como você vê as submissas que vão além de seus limites pelo dono....

* Toda submissa tem o desejo de servir ao seu Dono de forma plena, ser a mais perfeita.
Isso é um erro comum; as vezes por medo de ser rejeitada, por medo de desgostar o Dono.
´Mas é um erro. Toda vez que uma submissa vai além do seu limite, ela está sendo desleal com o Dono e consigo mesma, pois as consequências a longo prazo podem ser desastrosas: tanto física quanto psicologicamente falando.


Sociedade: que sou uma sub disso eu não tenho duvida, não me vejo no comando, mas as vezes sinto uma vontade de dar uma leve desafiada, é normal isso em uma sub?

* Claro que é normal... é gostoso desafiar... ver até onde o Dono vai... a pergunta certa é: você realmente está preparada para descobrir isso? E outra: a pessoa com quem você está jogando também gosta desses desafios? A consensualidade tem que ser pro Top também kkkk. Se o Top não gosta de ser desafiado não é obrigado a jogar com alguém que o desafie o tempo todo, certo? Mas completando, temos aí as brats que não me deixam mentir.


Sociedade: mas escravo é ser subserviente.

* Na literalidade da palavra até é mesmo, Senhora. Mas a subserviência provém do medo de ser rejeitado; isso gera dependência, angústia.
A submissão voluntária é prazerosa... gera desejo, tesão. Submeter-se é entendimento de que aquilo vai lhe proporcionar algo bom.


Sociedade: Como vc vê as pessoas que pretendem ser submissas apenas em cenas ?

* Bom... nem só de DS vive o BDSM. Uma relação SM, pode ser TPE, PPE ou EPE. Nesta última Erotic Power Exchange, o jogo se dá apenas em cena ou sessão; fora delas não há Dominação ou Submissão. ambos seguem suas vidas normalmente.
É preciso abrir a mente para perceber que nem todas as relações BDSM são DS onde Top e bottom moram juntos ou estão juntos o tempo todo. Há vários formatos e todos são BDSM.


Sociedade: você acha que brat seja uma submissa?

* Para mim, brat é uma dinâmica dentro de uma relação. Ela é uma submissa que, dentro de sua dinâmica, gosta de brincar e desafiar. Ultimamente eu ando bastante brat kkkkkkkk... faço piadas, jogo indiretas... faz parte do nosso jeito. Não é porque sou escrava que sou uma Então, sim, pra mim brat é uma submissa que gosta de desafiar, mas todas se submetem.


Sociedade: Mas isso me faz uma brat?

* Se eu fosse você não me preocupava muito em se rotular. Seja você. Uma submissa não interpreta papéis, ela simplesmente é. O Top vai se interessar por você pelas suas qualidades e defeitos (que ele vai querer moldar), e isto que torna o jogo dinâmico. A única coisa que você não pode deixar nunca é de respeitar a hierarquia. O resto tudo flui. Com o tempo você descobre a sua forma de se submeter e se encaixa num dos inúmeros nomes que o povo dá por aí.


Sociedade: vemos o crescimento de muitos blogs e sites acham que todos estão preparados mesmo ou apenas querem ser notados e conhecidos no meio BDSM?

* Vou ser sincera: não leio praticamente nenhum mais. Nem sei o que dizem. Mal entro no meu kkkkkkkkk. (depois entrem lá).
Mas antigamente, quando eu lia, percebi uma coisa interessante: todos falavam a mesma coisa... era o mesmo texto... copy cola um do outro, ou traduções de textos estrangeiros na maioria das vezes sem referência nenhuma. Pouco material autoral.
Hoje todo mundo quer ser estrela no BDSM.. .todo mundo quer ganhar dinheiro, views, ser couch de BDSM.
A única coisa que eu aconselho a quem estiver estudando agora é tentar ver se há coerência nas coisas que lê (e ver se elas não são o mesmo texto apenas replicado dezenas de vezes).


Sociedade: Acho que sou adepta das EPE's... 🤔

* e tá lindo... você nem é obrigado a ter uma DS... pode fazer avulsas com quem confia e também está certo.


Sociedade: Mesmo dentro da relação SM existe hierarquia, o que você pensa dessas masocas rebeldes malucas que dizem viver o SM?

* Eu conheço e converso com poucas masocas. Confesso não conhecer o pensamento delas em relação a isso. Mas, para mim, lilica, na hora do jogo há hierarquia sim: uma pessoa está se submetendo a outra na prática.
Há um Top, há um bottom: ela está se sujeitando aos desejos do Top (que também são os dela).
Então há hierarquia.


Sociedade: falou pra não se definir nego bate palma, a primeira coisa que fiz quando entrei no BDSM foi escolher uma posição, agora não pode se definir ... viva loucamente.

* não foi o que eu disse... você se define dentro de uma posição... sou Top, sou bottom... mas aquele monte de rótulos que querem que as pessoas se encaixem que devem ser evitados.
Você é Top, ok; depois descobre se é Daddy, Tammer, Sádico, Rigger, Hunter.
Você é bottom, ok; depois de define se é escrava, submissa, brat, dorei, primal e afins
Foi isso o que eu disse sobre se definir.


Sociedade: agora ficou melhor ..

* As pessoas sempre sabem o que são... elas apenas tem medo... eu nunca tive dúvidas que queria me submeter... ao passo que um Top nunca teve duvidas de que seu desejo é dominar.
Algumas pessoas depois descobrem que gostam dos dois lados.
Mas Top, bottom e switcher é fácil.
Pra que esse monte de nome todo para subdividir cada um? peço desculpas se não havia sido clara neste sentido.
As iniciantes chegam hoje preocupadas em se encaixarem... sou brat? sou submissa? sou escrava? sou sei lá o que?
Pra que? apenas sejam vocês mesmas... curtam o desejo de servir... o seu jeitinho quem vai moldar é o Top.
Eu era um demônio... pior do que qualquer pseudobrat mal humorada por aí. Hoje sou uma princesa. 😇. Moldada pelas mãos do Mestre Gregório.


Sociedade: o que justifica esse medo de se dizer sub, agora todos que chegam já se dizem sw sem nunca terem sequer visto um flogger? Essas pessoas sabem o que é ser sw?

* Na verdade, eu vejo isso como um problema de interpretação.
Nós temos desejos que se sobressaem: alguns sentem prazer em serem subjulgados. outros sentem prazer em subjulgar.
O que se sobressair é aonde nos encaixamos primariamente.
Então se gosto de subjulgar me apresento como Top.
Se gosto de me submeter me apresento como bottom.
Com o passar do tempo, com a vivência, experiência, somos invariavelmente apresentados ao lado oposto.
Podemos não gostar e perceber que queremos ficar apenas no lado que escolhemos primeiramente.
E podemos ter prazer com o outro lado, descobrir mais e perceber que aquilo também agrada, daí nos descobrimos Switcher.
Mas hoje, pelo que percebi, em algumas mentorias que tive o (des)prazer de testemunhar, ensinam que, se você não sabe o que é você é switcher; depois você descobre se gosta mais de ser Top ou bottom.
Então não é que a pessoa chega e se apresenta como switcher: ela foi orientada por pessoas mais experientes a agir assim.
E quem sou eu para debater isso com os tais mentores?


Sociedade: tem pessoas que torcem o nariz para os rituais, mas mal sabem que os ritos começam antes da sessão, quais os rituais mais comuns que você conhece?

* As pessoas torcem o nariz para os rituais porque muita gente transforma os rituais em teatro.
Os rituais servem para enriquecer e dar simbologia Às relações; tornar as coisas mais bonitas.
Eu sou católica, estudei a simbologia por trás dos rituais e, por isso, eles se tornam mais ricos a cada celebração.
No BDSM, quando se compreende o significado dos rituais, ele torna as relações mais ricas também.
Rituais mesmo eu conheço dois: o de encoleiramento e o das rosas.

Eu sinto muito por se perderem o sentido dos rituais de encoleiramento. Hoje ele serve apenas para marcar território: esta aqui tá de coleira, tá comigo.
O encoleiramento é um compromisso.
Antes do encoleiramento tem a consideração (ou avaliação)... pode ter uma coleira também... é como se fosse um noivado... rs.
O encoleiramento seria o casamento. rs.
Uma escrava encoleirada carrega o nome do seu Dono para onde for. Tudo o que ela fizer será espelho do treinamento do seu Dono. Se ela errar, foi o Dono que errou. Se ela acertar, foi o Dono que acertou.
Muitas submissas não fazem ideia do que é a real responsabilidade de carregar o nome da casa se um Dominador.

O outro ritual que amo é o das Rosas...
Este é um ritual de confirmação. Tem origens místicas. Você faz um laço de sangue com o outro.
É um laço que ultrapassa a fronteira carnal e se torna espiritual. Mas, mais uma vez, as pessoas não fazem ideia do que estão fazendo kkkk
Fora isso, tem os rituais particulares de cada Dominador em sua casa.
Mestre tem posições em que devo recebê-lo, momentos em que posso falar, e que posso fazer ou não alguma coisa.
São rituais próprios e cada um tem o seu jeitinho... mas são gostosos esses rituais.


Sociedade: Eu não me considero brat, só tenho vontade as vezes de dar uma leve desafiada.

* ultimamente me apresento como escrava brat kkkkkkkk


Sociedade: deixa eu mandar pro Gregório isso

* Ele sabe kkkkkkkkkk


Sociedade: Tira uma duvida, escrava não tem voz, escrava não tem querer, como funciona isso em ser esctava-brat

* Essa estória de escrava brat é uma piada que se originou em outro grupo. Eu fiz a mesma colocação que falei aqui sobre o que penso sobre ser brat e a adm colocou uma brat no grupo para explicar pra gente o que era ser brat de verdade. Ela descreveu uma submissa tão perfeita que todas as submissas e masoquistas do grupo se identificaram como sendo brats.
Mas não leve a sério... não tem como eu ser brat com o Mestre... faço brincadeiras, dou risada, jogo olhar ousado... mas obedeço a tudo.
Deixa eu fazer um adendo interessante aqui... escrava tem voz sim, tem desejos sim...
A diferença é que ela poder falar ou ter seus desejos atendidos é poder discricionário do Dono... Como um Dominador vai te dominar se ele não conhece os seus medos e desejos?


Sociedade: Eu sempre tenho a impressão que toda sub quer sexo, mas que dono não quer se deixar levar...

* As pessoas tem que saber o que elas verdadeiramente buscam. Quando entrei no BDSM eu estava sim em busca de sexo hard. Demorei para entender que BDSM era mais do que sexo hard.
Uma vez, numa conversa de café da manhã com o Lord Segger (Studio SM), ele me falou uma frase que traduz perfeitamente o meu pensamento hoje: transformar o BDSM em uma preliminar de sexo é reduzir tudo o que fazemos a nada.
Mas, mais uma vez, as pessoas precisam ter consciência do que elas realmente buscam. Eu já fiquei dois, três meses ou mais sem sexo por ordem do Mestre Gregório. Se eu estivesse nessa relação pelo sexo, certamente ela já teria se fadado ao fracasso.


Sociedade: a velha historia sexo não é pratica mas não esta intrínseco nas praticas a sexualidade, sensualidade, erotismo ?

* As pessoas se preocupam demais com o sexo (coito).
BDSM é um jogo erótico... isso aqui não é religião.. é erótico, instinto animal... é cheiro, toque, tesão.
Tudo é voltado para o sexo.
O coito pode ou não existir a critério do Dono... pode-se usar o sexo até como humilhação.
E pode não ter sexo (coito) nenhum.
Ademais, eu sempre digo isso: depois que tive uma mão e um braço enfiado dentro de mim, acha que um pênis vai me fazer diferença? Kkkkkkkkkk


Sociedade: ué não é escrava? não é peça? normal usar pra algo sexual.

* O Dono usa a posse dele como e quando ele quer... ela é posse.. está ali pra isso: satisfazer.


Sociedade: acredita que exista um perfil de submissa para cada Top? Ou vice versa?

* Como o Mestre Gregório me disse uma vez, cada submissa é diferente. Não existe um padrão de submissa... cada uma é única com suas particularidades, desejos. O Top vai pegar aquela peça e adequá-la ao seu próprio desejo.


Sociedade: escravo é um estágio que o submisso alcança?

* não... são formas diferentes de se submeter... tenho um texto muito bom no blog que achei na internet e nunca localizei a fonte original, infelizmente, que faz uma diferenciação excelente entre submissos e escravos.
convido-os a ler posteriormente.


Sociedade: nunca achei que BDSM é uma preliminar do sexo e já ouvi o mesmo TOP dizendo isso com pesar. Ocorre que BDSM no meu entendimento tem um contexto erótico, que leva à busca do prazer, da satisfação - que pode ser sexual ou não. Sexo por sexo, podemos ter Na vida bau, em relacionamentos pautados fora do BDSM. Eu mesma lá atrás, quando tive meu primeiro contato fiquei bem confusa com tudo isso. Não é sexo hard que eu busco no BDSM, isso eu tenho fora. Procuro algo além, algo que me faça transcender. Isso existe mesmo ou criei muita expectativa?

* Nem tanto o céu, nem tanto a terra.
Pessoal fala muito desse negócio de submissão de alma... entrega incondicional... submissão sem limites.
Eu sou muito cética pra esse tipo de coisa.
Me submeto por prazer erótico. É o jogo que me agrada.


Sociedade: ninguém chega escravo, aos poucos abre mão dos seus desejos para servir, Não seria isso uma evolução?

* não penso assim... o pensamento do escravo é diferente do pensamento do submisso... são formas diferentes... eu nunca fui submissa... meu treinamento foi todo para a escravidão.... minha mente foi moldada nesse sentido.
Tem quem não precise disso. São apenas maneiras diferentes de se entregar.


Sociedade: mas tem quem se entregue pelo prazer de ver a Dona ter prazer, ou isso é algo mais masculino ?


* não... é o desejo de todo(a) escravo(a). Ele é posse e quer ver o seu Dono feliz.


Sociedade: mas você disse ser pelo erótico, eu tive escravo que não tinha recompensa além de me ver ter prazer.

* e isso não é erótico? ver o prazer do outro?
Ele não ficava excitado em lhe proporcionar prazer?
se não for erótico, se não há prazer, não é BDSM... é abuso. Rs
o prazer é além do toque.


Sociedade: existe no meio um certo pré conceito com relação a avulsas! Por que isso acontece? Quais os pontos positivos e negativos acerca de avulsas?

* Eu resumo isso a uma coisa: ranço baunilha kkkkk.
As pessoas tem uma ideia baunilha pré-concebida de que uma relação consiste em parceiros fixos e que qualquer pessoa que não tenha um parceiro fixo não presta, é galinha, não merece confiança.
É um dos preconceitos baunilhas mais bobos trazidos ao BDSM.
O BDSM é um jogo, tanto que o parceiro é chamado em inglês de playpartner.
Eu posso jogar com o meu namorado, com o meu esposo, com um ficante.
Eu posso jogar com quem eu quiser, desde que ambos tenham conhecimentos claros das regras do jogo.


Sociedade: Ser posse, é inclusive saber superar as distâncias. Lilica, fala um pouco sobre isso. Como superar as adversidades na relação?

* Muita submissa tem a falsa convicção de que, ao ter um Dono, ela vai ter sessão toda hora, o Dono vai estar disponível pra ela 24 horas por dia para quando ela quiser chamá-lo no whatsapp ou fazer uma ligação. Que todo final de semana estará enfurnada na casa do Dono e terão momentos de prazer e gozo como se não houvesse amanhã.
Mas não... o Dono é um homem comum, que trabalha, pode ter família, tem uma vida baunilha... pode inclusive ter outras posses além de você.
Ele não está disponível pra você e isso dói. Dono não é namorado e não é marido; não tem que dar satisfação do que faz e pra onde vai ou com quem está. E isso também dói.
Você está preparada para tudo isso? De que ao se submeter você pertence ao Dono e não Ele a você? Então caia de cabeça... rs


Sociedade: querida e sobre canil e irmã de coleira?
A sub que se envolve emocionalmente com o dono vai ter dificuldades com isso... pelo menos mas os dificuldades do que as subs que estão alí pelo jogo, ou não?

* O ciúmes é inerente da mulher. Eu sou terrivelmente ciumenta. Mas como você lida com esse ciúmes é que faz a diferença.
Eu tenho um pensamento bem particular de como funciona a relação em um canil.
Mestre Gregório tem duas relações: a Dele com a Lilica e a Dele com a Laika.
Eu, lilica, só tenho uma relação: a minha com o Mestre.
Não meto uma vírgula na relação do Mestre com a Laika e Laika não se intromete na minha relação com o Mestre.
Tive uma imensa sorte ao encontrá-la.
Mas todo o sucesso da nossa relação dar certo consiste em uma única coisa: ambas apenas querem ter prazer em servir. Mestre Gregório não tem envolvimento na minha relação com Laika; não força a nossa amizade.
Eu posso não ter contato com alguma outra submissa do Mestre; posso não ter amizade.
O principal problema é quando a outra submissa chega tentando forçar a relação, interferir na minha relação com o Mestre... aí eu viro o demônio kkkkkkkkkkkk.


Sociedade: Avulsas e bom ou não pra que iniciantes?

* Minha opinião pessoal: pra mim ninguém deveria começar em D/s.
D/s requer maturidade, auto conhecimento, conhecimento das práticas, do BDSM... coisas que vc desenvolve muito mais rapidamente nas cenas e sessões avulsas.
Mas, deixando bem claro novamente, essa é minha opinião.


Sociedade: saudações ao Gregório, agradeça em meu nome e do Sociedade, agradeço a vc por disponibilizar seu tempo, obrigada 😘🖤

* Eu que agradeço em nome da Casa Gregório a confiança e a oportunidade em compartilhar minhas experiências. Amei esse momento. Sou grata de coração.

domingo, 16 de junho de 2019

Entrevista no Programa Agitando BDSM - Rádio Agita Planeta

Link para a minha entrevista, junto com a linda Val Hell, no Programa Agitando BDSM, na Rádio Agita Planeta, com apresentação de Francine Zanque (aka Senhora Valentina Severo).

O programa é apresentado às quintas-feiras, a partir das 21h00, na Rádio Agita Planeta.
www.agitaplaneta.com

Enjoy e assistam as outras entrevistas também.




Programa Agitando BDSM - Mulheres na Submissão C/ Lilica MG e Val Hell

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Entrevista no grupo BDSM Confidence

Entrevista no grupo de facebook BDSM Confidence em 09/03/2019
 
É impossível não ficar perplexo com o seu estilo de vida inspirado no História d`O. Não vejo uma entrega PPE e sim TEP da sua parte, mas entendi suas colocações, pois o niilismo que conseguiu atingir tomou proporções muito além do possível e aceitável para mim como submisso, já que sua entrega é mental não consigo ver um PPE. Questões tenho muitas e infelizmente não consigo perguntar pouco, por isso vou numerar, se não se importa.
"Em relação ao formato de nossa relação: minha entrega, dentro dos meus conceitos, está nos moldes da TPE. Mas eu não formo conceitos, nem tampouco altero os pré-existentes a meu belprazer. Portanto, dentro do conceito pré-existente, com as liberdades que tenho de agir em determinadas situações, o tempo dedicado pelo Mestre, a relação se encaixa mais no PPE do que no TPE. As particularidades da vida do Mestre não o permitem manter uma relação de controle total."
 
1) Relação a privacidade: a) Você tem filhos? a sua família sabe que é submissa? A família do mestre conhece a vida paralela dele? Alguns amigos baunilhas sabem? Como vc explica as marcas do spank na comunidade baunilha (Faculdade e emprego)?
"Não tenho filhos (mas tenho cães que dão tanto trabalho tanto... rs). Minha irmã sabe que sou uma escrava e alguns amigos íntimos. Ao resto não creio que importa saber de detalhes da minha intimidade. Não espalho por aí que sou sadomasoquista, embora use coleira o tempo todo; contudo hoje elas estão na moda. Não saio exibindo marcas em público; Mestre costuma fazê-las em lugares que uma roupa comum cubram, mas pode escapar uma marca no ombro ou nos braços. O importante é fingir que elas não estão lá... kkkkk.
Quanto a vida baunilha do Mestre, essa compete apenas a Ele e não me envolvo.

2) Relação ao intermédio: a) vc teve um início com quem? Teve tutor? b) O casamento foi um grande empecilho para seguir sua inclinação masoquista? C) Porque esse período sem praticar? O que motivou de repente uma entrega a esse nível?
"Tive um Dono logo no início que, na verdade, foi mais um mentor do que Dono. Ele inibiu o meu furor de sair praticando sem nada saber mas me deu toda a base BDSM que tenho hoje. Meu niilismo advém dele, não do Mestre. O que Mestre fez foi resgatar esse sentimento perdido em meio à muitas relações superficiais.
Meu marido me empurrou pro BDSM quando me fez sair da faculdade kkkk. Cabeça vazia, internet, amantes e já viu. A medida que fui obtendo conhecimento e tendo curiosidade em aumentar a intensidade, meu casamento só foi ruindo. Até que meu marido descobriu. Detalhes à parte, me afastei por seis anos. Após me separar voltei ao BDSM dois meses depois. E aqui estou eu. Voltei com a intenção de me envolver apenas com sádicos; queria esse troço psicológico não. Aí conheci Mestre Gregório e tudo mudou: o antigo sentimento de submissão foi resgatado e vivencio o que sempre quis ter desde o começo."

3) Uma entrega a esse nível de objetificação e niilismo é algo raro, vc mesma colocou que precisa de muito empenho em se manter sua mente focada, mas é obvio que isso é paixão. A) Ele tem outras escravas/ b) vcs escravas tem contato entre si? C) como lidar com o ciúmes, gosta de sofrer com isso? Ele tem esposa e vcs se conhecem? Existe na sua vivência o que falaram aqui de Cuckquean? Voce se submente na frente de outras dele ou assiste ele com outras? Como fica seu psicológico?
"Costumo brincar que faço um ato de contrição diário para não esquecer de ser quem eu sou. Porque, quando nos submetemos, temos que fazê-lo de verdade. Não podemos nos contradizer.
Sim, Mestre tem mais uma submissa em treinamento, a Laika. Ela, inic
iante, veio me procurar para tirar dúvidas e eu a apresentei ao Mestre. Nós nos damos muito bem, vamos juntos aos eventos e, passeamos juntas também. Ciúmes é natural e eu sou muito ciumenta. Mas tenho ciúmes dela também. E tenho ciúmes das minhas cordas kkkk. Ou seja, tenho ciúmes de tudo o que me é caro. Ninguém é um robô a ponto de não ter sentimentos. O que vc faz com esse sentimento é que fará a diferença.
Além disso, Mestre também faz sessões avulsas. Já teve vez de eu descobrir que tinha outra submissa ao encontrá-la no saguão do hotel kkkk. Já servi a uma switcher sob ordens de outro Top. Já fui apenas peça acessória na sessão.
Amo ser escrava, ser humilhada e subjugada. Meu sofrimento me dá prazer. Se vc não sente prazer no seu sofrimento, seu lugar não é no BDSM. Masoquismo patológico é uma doença."

4) Como se descobriu masoquista: o Livro da História d´O foi o gatilho? Ou sempre foi submissa e ficou enrustido?
"Não sei quando me descobri masoquista. Sexualmente falando sempre gostei de ser subjugada. Meu primeiro relacionamento, analisando detalhadamente hoje, era abusivo e meu ex me humilhou de muitas maneiras, mas, na época, eu não via assim. Descobri o BDSM meio que no susto quando me envolvi com um policial que, na hora do sexo, prendeu minhas mãos e me deu um tapa no rosto que me fez gozar instantaneamente. Não me lembro exatamente do pulo que isso deu para o BDSM em si, mas quando vi, já estava pesquisando tudo rs. Masoquismo físico mesmo, como vivo hoje, veio nesta minha segunda fase pois, inicialmente, a coisa era mais psicológica."
 
5) Faz faculdade de que? Teve haver com sua relação em buscar novas respostas ou profissional? Tem muitos conflitos que ainda não se resolveram na sua cabeça? Fez terapia?
"Hoje faço bacharelado em Direito, pois é a área em que atuo profissionalmente, e isto facilitará algumas futuras promoções.
Não tenho conflitos, não procuro respostas. Para saber respostas vc precisa saber quais são as perguntas e eu não tenho perguntas, tenho apenas desejo de servir. Meu ex-marido me obrigou a procurar um psicólogo e um psiquiatra. Fui nos dois. O último queria me dar um inibidor sexual. O primeiro falou que eu não tinha nada... Mandei os dois praquele lugar e fui cuidar da minha vida sozinha. Continuei casada mas o relacionamento estava muito fragilizado para voltar a ser o que era. Hoje convivo com os meus filhotes, cuido das minhas coisas e das minhas obrigações com o Mestre. Prefiro gastar 300 reais com o meu cabelo do que ficar falando com um estranho kkkk."

 
6) Chegar ao niilismo na entrega e se considerar apenas uma posse é algo inimaginável para mim, pois eu tenho muito do baunilha, além do q sou switcher e portanto no seu caso creio que seu mestre teve muito talento para vc chegar a esse nível de entrega? Qual a fundamental importância dele nesse processo e como? Como vc lida com as emoções de nulidade? Sendo que está se formando academicamente e isso muda nossa visão de mundo inevitavelmente. Tem medo de mudar os paradigmas?
"Como eu respondi anteriormente, meu adestramento inicial foi totalmente voltado ao niilismo. No decorrer da minha caminhada no BDSM conheci muitos Dominadores com filosofias diferentes, o que me afastou um pouco desse sentimento e isso me fez falta. Mas é muito difícil encontrar um Dominador que aceite esse nível de entrega e saiba lidar com ele. Muitos confundem com carência. Eu só quero ser feliz aos pés do meu Dono.
A importância de Mestre Gregório em minha vida foi resgatar em mim esse desejo de abnegação; de servir sem esperar nada em troca e agradecer pelo que Ele me oferece. Sou o último item na lista de importâncias do Mestre. Trabalho, família, saúde, vem tudo na frente. Mas, ao mesmo tempo, sei a minha importância na vida Dele como Dominador. No quanto Ele respeita a minha entrega e do quando me fez e faz amadurecer. Sou muito grata em pertencer a Ele."

 
7) Nas suas praticas, anoxia erótica eu sei que dá prazer imediato, spank também pela liberação de endorfina, mas vc disse que o psicológico é mais forte. Quais as práticas que te levam ao orgasmo sem se tocar? Vc pratica a castidade voluntária? Tem necessidades ou são superadas? Vc é podólatra ou tem outro tipo de fetiche associado ao BDSM?
"Nunca me vi fetichista. Meu desejo é apenas em servir. Sou pet nos momentos em que tenho que ser pet e aprendi a ter prazer nisso. Não sou podólatra mas beijo os pés do Mestre, tiro os seus sapatos e meias com todo carinho e respeito. Gosto quando Ele apoia os Seus pés sobre mim. Mas não considero como podolatria pois a minha paixão não está nos pés do Mestre e sim em Sua presença.
Gozo apenas com a ordem do Mestre. Gozo apanhando, gozo principalmente nas torturas nos seios rs. Gozo ao saber que pertenço.
Quanto a castidade, Mestre me mantém em castidade desde que nos relacionamos. Acho que só não colocou um cinto porque achou caro comprar um e eu que não vou comprar kkkkk. Mas não posso me tocar sem ordem e só posso fazer sexo quando Ele percebe que estou a ponto de ter um colapso, e olhe lá."

 
8) Sobre medos. A) essa relação não garante nada, nem viver juntos para sempre. Isso te excita? Tem medo de perder para outra submissa? Existe uma hierarquia entre as escravas dele? Vc é a preferida? Como vc vê um Mestre tão poderoso poder te excluir?
"Tudo o que escrevo parece muito bonito, muito romântico, mas não é. Ser escrava dói. Ter consciência de que é apenas uma peça, dói. Apenas sirvo porque entrego nas mãos do Mestre o meu bem mais precioso, minha submissão. Se eu não me submeter a Ele não há razão para servir. E se Ele não quiser mais a minha submissão pode me dispensar.
A hierarquia dentro de Sua casa é apenas por ordem de chegada; sendo mais velha e mais experiente não posso cometer erros que são perdoáveis em uma iniciante e, quando erro, as punições são mais rigorosas. Mas não há hierarquia realmente; todas as submissas tem apenas um objetivo: Servir ao Mestre.
Não tenho medo de ser substituída por outra submissa. Cada peça é única e fornece o que o Mestre precisa dentro de suas limitações. E Mestre não vai se sujeitar a submissas mandonas. Ele já me disse que dispensou uma submissa que desejava muito por esta impor como condição a minha saída. Azar o dela: perdeu um excelente Mestre e uma boa irmã (porque eu sou boazinha, só um pouco sádica.. kkk). Eu continuo aqui
."
 
9) Sendo PPE ou TEP, a) vc usa sempre a safe-word? B) teve momentos em que a dor era tão insuportável e se manteve apenas para agradar o mestre? C) Sempre busca superar seus limites para o mestre ou para buscar seu prazer? D) vc se considera exibicionista? E) Essa relação seria a mesma se não tivesse plateia ou exposição das praticas no fetlife? F) qual a importância sua e não do mestre em se mostrar nas praticas?
"Tenho uma safeword que me foi apresentada na primeira sessão mas nunca precisei usar. Mestre percebe o meu corpo, as minhas reações. Já aconteceu de eu falar que algo não estava indo bem, mas não paramos a cena, apenas mudamos o que estava errado e a coisa segue. Se algo está fora do considerado normal eu aviso na hora. Mestre pára o que está fazendo e foca em outra coisa, mas nunca parar a sessão.
Busco a superação dos meus limites para minha evolução e para melhor satisfazer os desejos do Mestre, é claro... rs
Sou exibicionista mas Mestre é mais do que eu. Meu Fetlife é relativamente novo e eu pratiquei por muito tempo, ou seja, não preciso do exibicionismo para ser feliz. Mas gosto de exibir minhas marquinhas sim.
Mas me exibo como peça Dele pois, se não tivesse o Mestre, não teria as marcas ali."

 
10) Como é dividido seu tempo com o lado baunilha dele? Tem dias específicos para os encontros? Onde sempre ocorrem? Na sua casa? Nos encontros BDSM, enfim, como se programam?
Eu teria muito mais perguntas, mas são coisas que vem com o tempo e espero que outro a façam, vc com o título de faculdade vai seguir uma vida diferente e quais seus planos profissionais que não comprometa sua relação?
"Não tem programação. Estou aqui falando com vcs e o Mestre me manda uma mensagem mandando eu encontrá-lo em tal lugar, ou avisando que está chegando aqui em casa.
Ou no dia anterior fala que vai me usar no dia seguinte. Eu simplesmente vou. E cada
vez que vou encontrá-lo é como se fosse a primeira vez. Coração palpita e sinto borboletas no estômago.
Mestre não frequenta casas ou bares BDSM, também não vai a encontros. Por isso qual não foi a minha surpresa quando Ele foi ao meu aniversário no Dominatrix. Me senti a mais amada das submissas rs. Prova do respeito e do carinho que Ele tem pela minha entrega.
Quanto ao trabalho, sou funcionária pública estadual. Tenho metas de ingressar num quadro federal ou subir de cargo dentro do próprio Estado. Minha submissão independe disso. Talvez apenas eu tenha que trabalhar um pouco mais rs"

Dez anos e o blog voltou!!!

  Em 2008, quando eu ainda servia ao Senhor FA e me chamava Emanuelle, criei o blog Diário de Emanuelle com a intenção de traduzir em pal...