quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Afinal, o Sadomasoquismo foi ou não excluído da CID?

Bom... vamos lá.

É longo, mas espero que todos possam ler pois é importante.

A 10ª edição do Cadastro Internacional de Doenças (CID 10), aprovado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), foi lançado em maio de 1990, estando em vigor até hoje, e inclui lá no item F65 os chamados Transtornos de Preferência Sexual, também conhecidos como Parafilias, conforme segue:

F65.0 FETICHISMO
Utilização de objetos inanimados como estímulo da excitação e da satisfação sexual. Numerosos fetiches são prolongamentos do corpo, como por exemplo as vestimentas e os calçados. Outros exemplos comuns dizem respeito a uma textura particular como a borracha, o plástico ou o couro. Os objetos fetiches variam na sua importância de um indivíduo para o outro. Em certos casos servem simplesmente para reforçar a excitação sexual, atingida por condições normais (exemplo: pedir a seu parceiro que vista uma dada roupa).

F65.1 TRAVESTISMO FETICHISTA
Vestir roupas do sexo oposto, principalmente com o objetivo de obter excitação sexual e de criar a aparência de pessoa do sexo oposto. O travestismo fetichista se distingue do travestismo transexual pela sua associação clara com uma excitação sexual e pela necessidade de se remover as roupas uma vez que o orgasmo ocorra e haja declínio da excitação sexual. Pode ocorrer como fase preliminar no desenvolvimento do transexualismo.

F65.2 EXIBICIONISMO
Tendência recorrente ou persistente de expor seus órgãos genitais a estranhos (em geral do sexo oposto) ou a pessoas em locais públicos, sem desejar ou solicitar contato mais estreito. Há em geral, mas não constantemente, excitação sexual no momento da exibição e o ato é, em geral, seguido de masturbação.

F65.3 VOYEURISMO
Tendência recorrente ou persistente de observar pessoas em atividades sexuais ou íntimas como o tirar a roupa. Isto é realizado sem que a pessoa observada se aperceba de o sê-lo, e conduz geralmente à excitação sexual e masturbação.

F65.4 PEDOFILIA
Preferência sexual por crianças, quer se trate de meninos, meninas ou de crianças de um ou do outro sexo, geralmente pré-púberes ou no início da puberdade.

F65.5 SADOMASOQUISMO
Preferência por um atividade sexual que implica dor, humilhação ou subserviência. Se o sujeito prefere ser o objeto de um tal estímulo fala-se de masoquismo; se prefere ser o executante, trata-se de sadismo. Comumente o indivíduo obtém a excitação sexual por comportamento tanto sádicos quanto masoquistas.

F65.6 TRANSTORNOS MÚLTIPLOS DA PREFERÊNCIA SEXUAL
Por vezes uma pessoa apresenta mais de uma anomalia da preferência sexual sem que nenhuma delas esteja em primeiro plano. A associação mais freqüente agrupa o fetichismo, o travestismo e o sadomasoquismo.

F65.8 OUTROS TRANSTORNOS DA PREFERÊNCIA SEXUAL
Diversas outras modalidades da preferência e do comportamento sexual tais como o fato de dizer obscenidade por telefone, esfregar-se contra outro em locais públicos com aglomeração, a atividade sexual com um animal, o emprego de estrangulamento ou anóxia para aumentar a excitação sexual.

F65.9 TRANSTORNO DA PREFERÊNCIA SEXUAL, NÃO ESPECIFICADO
Desvio sexual SOE


Ou seja, tudo o que que chamamos de "Fetiche" está englobado no grupo de Parafilias. É sobre este CID que hoje trabalham Psicólogos, Psiquiatras e outros agentes de saúde, então sim, de forma técnica , todos nós somos "doentes". Muitas discussões foram travadas, muitos desses fetiches já nem são tratados como doença, no entanto, estando ainda em vigor, a patologia se encontra lá descrita.

Em janeiro de 2022 entrará em vigor a 11ª Edição da CID, que trouxe importantes mudanças na classificação dos transtornos sexuais.

Os transtornos de preferência sexual passarão a ser chamados de Transtornos Parafílicos, “os quais envolvem interesses sexuais atípicos sem consentimento da outra parte e/ou que haja ameaça ou intimidação”.
A nova classificação deve excluir ainda as categorias “fetichismo” e “travestismo fetichista” e manter apenas a pedofilia e o sadismo, que configuram importância de saúde pública.
O item sadismo provavelmente será acrescido da palavra coercivo para diferenciar da prática de forma consensual. Espera-se que as propostas sugeridas melhorem a conceituação destas condições de saúde, promovam a melhoria do acesso aos serviços de saúde, a formulação de leis mais adequadas, políticas e padrões de atendimento e reduzam a discriminação”, disse Jair Mari.

Então:
1º - O Sadomasoquismo não foi excluído do CID como estão espalhando por aí. a prática coerciva ainda é considerada como patologia. !Parem de propagar essa informação!


2º - O Sadomasoquismo ainda estará lá lindo e pleno, na sessão 6D:
Distúrbios parafílicos 
6D30 Desordem exibicionista 
6D31 Transtorno voyeurístico
6D32 Transtorno pedofílico
6D33 Transtorno do sadismo sexual coercivo
6D34 Transtorno frotteurista
6D35 Outro transtorno parafílico que envolve indivíduos sem consentimento 
6D36 Transtorno parafílico que envolve comportamento solitário ou consentimento de indivíduos 
6D3Z Transtornos parafílicos não especificados 


3º -  O que mudou é a inclusão da "Consensualidade", base de todas as bases do BDSM que, quando assim aplicada, trata o sadomasoquismo como uma prática erótica.


É isso.

Meus respeitos.
Lilica de Mestre Gregório.


Fontes:

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Disfunções Sexuais - Reflexões Clínicas

Vamos falar sobre Disfunções Sexuais, com o Dr. Maurício Amaral de Almeida.

Conheça o Canal Reflexões Clínicas.




Publicado em 31 de ago de 2017
As disfunções sexuais estão entre as formas mais frequentes de sofrimento tanto em homens como em mulheres.

Conhecer as principais formas de disfunções sexuais pode ajudar a lidar com esse sofrimento!

terça-feira, 2 de julho de 2019

O que é o Poliamor? - Reflexões Clínicas

Mais um vídeo do Dr. Mauricío Amaral de Almeida com o tema "Poliamor".
Conheça o Canal Reflexões Clínicas.



1/4: O que é e o que não é o poliamor.
2/4: O amor infinito
3/4: A transparência e o ciúme
4/4: Os acordos

Publicado em 6 de dez de 2018
Muitas pessoas desejam viver experiencias poliamorosas sem ter claro o que é e o que não é o poliamor.

Poliamor é a possibilidade de amar romanticamente mais de uma parceria ao mesmo tempo
Poliamor implica na necessidade de ser transparente com os envolvidos.
Poliamor só é realmente possível quando há a possibilidade de se fazer acordos.


terça-feira, 25 de junho de 2019

SSC, RACK, PRICK, CCC: sopa de letrinhas do BDSM – Parte 2



Eu demorei para entender as bases do BDSM. Demorei porque são muitas letras, muitos conceitos e, na maioria das vezes, eles não estão muito claros. Tem muita definição mas pouca explicação. E, o que percebi é que, quando se trata de conceitos da liturgia BDSM, tem muito Crtl+C/Crtl+V e pouco conteúdo verificado.


Sem exceção, todos os que começam a estudar sobre BDSM se deparam com a sigla SSC e são informados de sua vital importância para uma boa prática. Parece que é automático: se você se diz um Top ou um bottom sério, logo você usa o SSC.

Mas então, ao se aprofundar nos estudos ou debates, você descobre que algumas pessoas não concordam com o SSC. Dizem que ele não é completo e debates inflamados ocorrem nos grupos e mesas de encontros. Você houve pela primeira vez a sigla RACK; alguém mais inflamado fala sobre PRICK... mas que raios é tudo isso? O SSC não é a base de tudo?

Primeiro, vamos entender o que é SSC.
SSC é uma tríade que coloca a Sanidade, a Segurança e a Consensualidade como bases para as práticas BDSM. Tendo sido criada pelo escravo David Stein, de New Jersey, e utilizada pela primeira vez pela GMSMA (Gay Male SM Activist), em 1983, sendo porém extremamente difundida durante a Marcha do Couro de 1987.

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Nas palavras do próprio Stein:O que queríamos dizer com “S / M seguro e saudável” em 1983 (e o que eu acredito que ainda significa para a GMSMA e a maioria das outras organizações hoje) é algo como “Divirta-se, mas mantenha a cabeça e entenda o que você está fazendo, para que você não acabe morto ou no hospital - ou mande alguém para lá.” tradução livre *



Se quiserem saber mais sobre a história por trás da origem do SSC clica no link no final do artigo (em inglês).

Mas porque falam tanto de SSC? Porque é o princípio do fundamento do BDSM.
Quando você inicia os seus aprendizados em matemática, não começa pela fórmula de Báskara... você aprende a somar 2+2..

A maioria dos praticantes experientes são RACK, não SSC. Não porque eles não pratiquem nos moldes do SSC, mas porque eles transcendem ao SSC.

Só que eu não vou chegar num bottom iniciante e falar... ah.. eu não uso SSC... eu uso RACK.
Primeiro porque ele não fará a mínima ideia do que estou falando.
Segundo porque ele, sendo iniciante, precisa saber que eu sou uma pessoa plenamente consciente dos meus atos e desejos (sanidade), tomo todas as medidas de segurança para que nada dê errado durante as práticas que eu realizar ou me submeter (segurança) e que eu e meu parceiro estamos fazendo tudo aquilo de livre e espontânea vontade (consensualidade)... SSC... ou seja, 2+2.

Porém, quando você começa a amadurecer no BDSM, descobre que, mesmo tomando todas as medidas de segurança, algo pode dar errado... no entanto, mesmo sabendo que algo possa dar errado, você assume os riscos daquela práticas.
Por exemplo, uma prática edge: num bloodplay, eu sei que o meu parceiro vai entrar em contato o meu sangue; numa escarificação, eu posso ter problemas na cicatrização, algo pode infeccionar; num fireplay, algo pode dar errado com o fogo.

Então você percebe que, mesmo o quesito segurança estando todo cumprido, algo pode dar errado e o SSC é incompleto... No momento em que você tem conhecimento, "assume os riscos" e suas consequências, a sua dinâmica passa a se encaixar na RACK... não mais no SSC.

RACK é a sigla de Risk-Aware Consensual Kink que significa que os parceiros estão Cientes do Risco da prática e que estão fazendo consensualmente. O conceito por trás do RACK é a conscientização e o estudo. Os praticantes devem se esforçar para aprender tudo o que há sobre aquela prática antes de se envolver nela.

Mas, Lilica, e aí?.. eu aprendi que o SSC é o fundamento de tudo... se não tiver SSC é abuso. Calma que isso é só o começo. 

Então todo mundo só fala do Dominador. Que o Dominador é responsável por tudo... que ele tem que tomar todas as medidas para cumprir com o SSC ou RACK e se, Ele não o fizer, Ele é um abusador, é despreparado. Você, submissa, na negociação, percebe que o cara é gente boa, vai lá e se entrega totalmente porque, se algo der errado, a culpa é do Top que não tomou conta de tudo, afinal, a responsabilidade do Top é “cuidar da submissa”.

Aí surge uma voz na multidão que fala: “Olha, dona Submissa. Você não aceitou fazer tal coisa? Não foi consensual? Você estudou pra conhecer a prática antes de fazer? Ou achou que o Top ia fazer tudo? Você também é co-responsável nesta brincadeira. A responsabilidade é PESSOAL. O Top é responsável e você também é responsável”.

Neste momento, estamos falando de PRICK – Personal Responsibility in Informed Consensual Kink, que significa que você está munida de todas as informações e assume a responsabilidade pessoal pelo que pode acontecer durante uma prática, consentindo nela.

A responsabilidade do bottom é muito maior do que apenas comunicar o Top se algo está errado durante a sessão. Ela tem que conhecer tanto quanto Ele; é um estágio a mais. O bottom tem que conhecer para saber se o Top também conhece. Um bottom que tem conhecimento não é enganado e não se entrega a qualquer um, porque está munido de informações para saber se aquele Top sabe realmente o que está fazendo ou é apenas mais um aventureiro. Sempre digo que conhecimento é a principal arma de um bottom.

Esta é uma das bases mais criticadas pelos membros da comunidade pois entende-se que é muito difícil alguém estar plenamente informado de tudo.

Importante perceber que o PRICK surge como uma evolução do RACK que, por sua vez, é uma evolução do SSC. Percebe o como a coisa começa a criar forma e que o SSC não abrange mais tudo?

Pode acontecer por sua vez que, superada todas as outras bases anteriores, o submisso entra num nível de entrega pelo qual entende que, como peça, não deseja ter mais direitos e quer fazer ao Top uma cessão total de poder. É uma decisão que deve ser tomada muito conscientemente pois o Top terá total e irrestrito poder sobre ele,... nesse nível a única coisa que se negocia são limites físicos rígidos. Não tem mais safeword, prevalecendo o bom senso do Dono.

Neste momento estamos falando de CCC – Commited, Compassionate, Consensual que é a troca máxima de poder entre um bottom e um Top e abrange, essencialmente, as relações TPE 24/7 de longo prazo. Desnecessário dizer que os riscos envolvidos numa relação desse nível são muito altos, sendo importante que a negociação seja bem feita para a manutenção dos limites da consensualidade, que é base das bases do SM.

Pois bem... ninguém entra numa relação direto no RACK, ou direto no PRICK.... nem muito menos no CCC... toda relação sempre começa no SSC. Por isso se fala mais em SSC do que nas outras bases.
Da mesma forma, raríssimas relações começam TPE, poucas PPE, a maioria começam apenas como EPE, e, com a evolução da relação, a concessão de poder vai aumentando.

Existem outras bases menos conhecidas e, algumas delas, eu sinceramente só vi em textos nacionais, como o SSS e o RIISCK, portanto não vou me prolongar nelas.

CNC não é base BDSM pois exclui do tripé aquilo que nos diferencia dos sadomasoquistas patológicos: a consensualidade. Na verdade, pra mim CNC é uma interpretação equivocada do CCC. No CCC você não deixa de consentir. O que acontece é que você consente em entregar poder total e absoluto, pois confia integralmente no bom senso do Top. Se o Top quebrar esta confiança o bottom tem todo o direito de sair da relação.

Parafilia é a erotização alternativa ou estilo de vida eroticamente diferente.
Transtornos Parafílicos é doença.
O que diferencia os dois?
1 - Consensualidade; que implica que a parceria deve ser, humana, viva, e mentalmente capaz de oferecer consentimento para a prática.
2- A prática não deve causar sofrimento clinicamente significativo. Isso é não deve causar sofrimento psicológico não buscado nem oriundo de medo de julgamento social.
Ou seja, para que uma parafilia seja considerado um transtorno, o que está sendo feito deve ferir um dos dois critérios.
A quebra da Consensualidade transforma o sadismo erótico num sadismo patológico, fugindo totalmente do BDSM e se tornando algo clínico.


Bom... o texto ficou longo mas ilustra um pouco da minha compreensão sobre as bases mais discutidas no BDSM.
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Não importando a base que você use nas suas relações (sejam D/s, sejam avulsas), em todas elas tem um C envolvido. Este C é o da Consensualidade.

Consentimento é a “base de todas as bases”.

Meus respeitos.
Lilica de Mestre Gregório



Bônus: em 2014, um estudo do Departamento de Sociologia da Universidade de Idaho/USA, apresentava uma nova base - os 4Cs – Communication, Caring, Caution, Consent.
Vale uma olhada:


Fontes:

domingo, 16 de junho de 2019

Entrevista no Programa Agitando BDSM - Rádio Agita Planeta

Link para a minha entrevista, junto com a linda Val Hell, no Programa Agitando BDSM, na Rádio Agita Planeta, com apresentação de Francine Zanque (aka Senhora Valentina Severo).

O programa é apresentado às quintas-feiras, a partir das 21h00, na Rádio Agita Planeta.
www.agitaplaneta.com

Enjoy e assistam as outras entrevistas também.




Programa Agitando BDSM - Mulheres na Submissão C/ Lilica MG e Val Hell

terça-feira, 4 de junho de 2019

Muito além dos 50 tons de sexualidade - Reflexões Clínicas

Mais um vídeo do Dr. Mauricío Amaral de Almeida, desta vez, falando sobre BDSM.
Conheça o Canal Reflexões Clínicas.

1/5: Conceitos iniciais
2/5: Bondage e Disciplina
3/5: A D/s, a Dominação e a submissão  
4/5: O sadomasoquismo erótico
5/5: Uma conversa com a psicologia e a psiquiatria
Publicado em 31 de mai de 2018
BDSM é um conceito guarda-chuva que abrange um conjunto muito específico de fetiches eróticos:

B&D – Bondage e Disciplina
D/s – Dominação e submissão
S&M – Sadismo e Masoquismo

O tema BDSM tem estado muito em discussão na atualidade e muitos conceitos básicos aparecem nessas discussões e vale a pena conhecê-los.

terça-feira, 14 de maio de 2019


Ontem me perguntaram como separo o "eu escrava" do "eu baunilha".
Eu não separo a baunilha da escrava.
Eu sou uma escrava que tem atividades baunilhas e não uma baunilha que brinca de escravidão consensual de vez em quando.
Esse é o meu conceito de ser 24/7. 
Eu apenas sou... 🥰

Lilica de Mestre Gregório

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Conversar x Negociar

Dia desses estava conversando com um amigo Dominador sobre Negociações. Ele comentou comigo que, quando iniciou, não existia Conversação. As partes negociavam direto.

Propus, então, um debate usando, como exemplo, o diálogo hipotético abaixo.

- Dominador: bom dia, tudo bem? te vi no grupo tal e gosto das suas ideias. Vi que gosta de shibari. Sou shibarista. 
- Submissa: Olá senhor. Nossa. Eu amo shibari. Vejo o Senhor falando bastante sobre o assunto... fui amarrada várias vezes e estou estudando pois desejo me tornar uma dorei.
... trocam algumas fotos... falam mais sobre gostos, pessoas, referências...
- D:Eu sou de lugar Z e vc?
- S: Ah moro em Y.
- D: Legal, perto... podemos nos conhecer, falar um pouco sobre shibari. Tenho vários materiais.
- S: Ah.. claro Senhor... vamos conversando.
- D: vou trabalhar agora, depois nos falamos. Até mais.
- S: Até Senhor. Bom dia.

Isso é uma negociação? Não, isso é uma conversa.
Prossigamos...

O casal acima já está a algumas semanas papeando... nessas conversas já começaram a falar sobre interesses pessoais, detalhes da vida bau, para saber mais sobre o outro. Mas ainda não se conheceram.

Eles estão negociando? Não, ainda estão apenas conversando.

Dominador e submissa já perceberam que têm os mesmos interesses e gostam de conversar com uma frequência quase diária: várias vezes ao dia. O teor da conversa mudou um pouco... é mais aprofundado.
O Dominador percebe uma abertura na submissa.
Ela está bastante interessada naquele shibarista que pode lhe ensinar muito e gosta da maneira como ele a trata. Ela começa a respeitá-lo mais do que aos outros Dominadores com quem conversa. Tem vontade de passar mais tempo falando com ele do que com os outros.
Ambos já sabem um pouco mais sobre os desejos do outro e desejam se conhecer pessoalmente. Ou um encontro com amigos num bar lugar aberto ou num café apenas os dois. E a conversa migra pra este caminho.

E agora? Agora, sim, este Dominador e esta submissa abriram as portas para uma negociação.
É essa linha tênue que as pessoas não enxergam. Confunde-se conversar com negociar.
Conversar é conhecer.

Seres humanos, ao se conhecerem, estreitam conhecimento através do diálogo. Seja virtualmente, seja pessoalmente. Tudo começa da conversa; parte-se do cumprimento, fala-se sobre amenidades, até se descobrir algo em comum que faça com que se mantenha o interesse na conversa.
Conversação é a porta de entrada para se conhecer alguém.

Negociar no BDSM, falando do ponto de vista do bottom, significa se sentar com o Top e acordar o que pode ou não ser feito com o seu corpo ou o seu psicológico; do ponto de vista do Top, significa conhecer os limites aos quais ele não pode ultrapassar (ou deve ultrapassar com parcimônia).
Negociação você faz com quem você já conhece.

Conversar sobre práticas não significa que se está negociando sobre estas práticas.

Quando eu falo para Dominador Y que gosto de ser amarrada, não significa que estou falando pra este Dominador que quero ser amarrada por ele.

Comentei certa vez, em outro texto, sobre negociação miojo.
Comecei a conversar com um Dominador e logo percebi que nossos interesses não batiam e me despedi. Quando o Dominador falou: espero podermos dar continuidade nessa negociação.
Respondi: a gente só está conversando... não tem nenhuma negociação rolando aqui.
Está bem... reconheço que fui chata e, porque não dizer, grossa; afinal, ninguém é obrigado a se engessar em fases ou saber diferenciar o nome de cada uma.

Mas eu espero que a pessoa tenha um “feeling” para diferenciar uma simples conversa de uma negociação. Não se pode atropelar passos em relações. Não podemos fazer isso no baunilha, imagina no BDSM.

Conhecimento é a principal arma do submisso.

Meus respeitos.
lilica de Mestre Gregório

terça-feira, 7 de maio de 2019

Você conhece a sua identidade sexual - Reflexões Clínicas

Série sobre Identidade Sexual com o Dr. Maurício Amaral de Almeida.
Conheça o canal Reflexões Clínicas.



1/5: Entendendo para respeitar
2/5: O sexo biológico, a identidade e a expressão de gênero  
3/5: Com quem você deseja se relacionar?  
4/5: Com quantas pessoas você gostaria de se relacionar?   
5/5: Quais são as suas fantasias, desejos e práticas sexuais?

Publicado em 2 de mar de 2018
Você conhece a sua identidade sexual? Você sabe quantos aspectos importantes ha para definir essa identidade? Quais são eles?

Será que você já refletiu sobre aspectos mais profundos dos seus próprios desejos?

Como fazer para conviver com a diversidade sexual que existe na atualidade? Você é obrigado a concordar com orientações sexuais que, no seu íntimo você não aprova? Se essas perguntas passam pela sua cabeça essas reflexões podem te ajudar.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Entrevista no grupo BDSM Confidence

Entrevista no grupo de facebook BDSM Confidence em 09/03/2019
 
É impossível não ficar perplexo com o seu estilo de vida inspirado no História d`O. Não vejo uma entrega PPE e sim TEP da sua parte, mas entendi suas colocações, pois o niilismo que conseguiu atingir tomou proporções muito além do possível e aceitável para mim como submisso, já que sua entrega é mental não consigo ver um PPE. Questões tenho muitas e infelizmente não consigo perguntar pouco, por isso vou numerar, se não se importa.
"Em relação ao formato de nossa relação: minha entrega, dentro dos meus conceitos, está nos moldes da TPE. Mas eu não formo conceitos, nem tampouco altero os pré-existentes a meu belprazer. Portanto, dentro do conceito pré-existente, com as liberdades que tenho de agir em determinadas situações, o tempo dedicado pelo Mestre, a relação se encaixa mais no PPE do que no TPE. As particularidades da vida do Mestre não o permitem manter uma relação de controle total."
 
1) Relação a privacidade: a) Você tem filhos? a sua família sabe que é submissa? A família do mestre conhece a vida paralela dele? Alguns amigos baunilhas sabem? Como vc explica as marcas do spank na comunidade baunilha (Faculdade e emprego)?
"Não tenho filhos (mas tenho cães que dão tanto trabalho tanto... rs). Minha irmã sabe que sou uma escrava e alguns amigos íntimos. Ao resto não creio que importa saber de detalhes da minha intimidade. Não espalho por aí que sou sadomasoquista, embora use coleira o tempo todo; contudo hoje elas estão na moda. Não saio exibindo marcas em público; Mestre costuma fazê-las em lugares que uma roupa comum cubram, mas pode escapar uma marca no ombro ou nos braços. O importante é fingir que elas não estão lá... kkkkk.
Quanto a vida baunilha do Mestre, essa compete apenas a Ele e não me envolvo.

2) Relação ao intermédio: a) vc teve um início com quem? Teve tutor? b) O casamento foi um grande empecilho para seguir sua inclinação masoquista? C) Porque esse período sem praticar? O que motivou de repente uma entrega a esse nível?
"Tive um Dono logo no início que, na verdade, foi mais um mentor do que Dono. Ele inibiu o meu furor de sair praticando sem nada saber mas me deu toda a base BDSM que tenho hoje. Meu niilismo advém dele, não do Mestre. O que Mestre fez foi resgatar esse sentimento perdido em meio à muitas relações superficiais.
Meu marido me empurrou pro BDSM quando me fez sair da faculdade kkkk. Cabeça vazia, internet, amantes e já viu. A medida que fui obtendo conhecimento e tendo curiosidade em aumentar a intensidade, meu casamento só foi ruindo. Até que meu marido descobriu. Detalhes à parte, me afastei por seis anos. Após me separar voltei ao BDSM dois meses depois. E aqui estou eu. Voltei com a intenção de me envolver apenas com sádicos; queria esse troço psicológico não. Aí conheci Mestre Gregório e tudo mudou: o antigo sentimento de submissão foi resgatado e vivencio o que sempre quis ter desde o começo."

3) Uma entrega a esse nível de objetificação e niilismo é algo raro, vc mesma colocou que precisa de muito empenho em se manter sua mente focada, mas é obvio que isso é paixão. A) Ele tem outras escravas/ b) vcs escravas tem contato entre si? C) como lidar com o ciúmes, gosta de sofrer com isso? Ele tem esposa e vcs se conhecem? Existe na sua vivência o que falaram aqui de Cuckquean? Voce se submente na frente de outras dele ou assiste ele com outras? Como fica seu psicológico?
"Costumo brincar que faço um ato de contrição diário para não esquecer de ser quem eu sou. Porque, quando nos submetemos, temos que fazê-lo de verdade. Não podemos nos contradizer.
Sim, Mestre tem mais uma submissa em treinamento, a Laika. Ela, inic
iante, veio me procurar para tirar dúvidas e eu a apresentei ao Mestre. Nós nos damos muito bem, vamos juntos aos eventos e, passeamos juntas também. Ciúmes é natural e eu sou muito ciumenta. Mas tenho ciúmes dela também. E tenho ciúmes das minhas cordas kkkk. Ou seja, tenho ciúmes de tudo o que me é caro. Ninguém é um robô a ponto de não ter sentimentos. O que vc faz com esse sentimento é que fará a diferença.
Além disso, Mestre também faz sessões avulsas. Já teve vez de eu descobrir que tinha outra submissa ao encontrá-la no saguão do hotel kkkk. Já servi a uma switcher sob ordens de outro Top. Já fui apenas peça acessória na sessão.
Amo ser escrava, ser humilhada e subjugada. Meu sofrimento me dá prazer. Se vc não sente prazer no seu sofrimento, seu lugar não é no BDSM. Masoquismo patológico é uma doença."

4) Como se descobriu masoquista: o Livro da História d´O foi o gatilho? Ou sempre foi submissa e ficou enrustido?
"Não sei quando me descobri masoquista. Sexualmente falando sempre gostei de ser subjugada. Meu primeiro relacionamento, analisando detalhadamente hoje, era abusivo e meu ex me humilhou de muitas maneiras, mas, na época, eu não via assim. Descobri o BDSM meio que no susto quando me envolvi com um policial que, na hora do sexo, prendeu minhas mãos e me deu um tapa no rosto que me fez gozar instantaneamente. Não me lembro exatamente do pulo que isso deu para o BDSM em si, mas quando vi, já estava pesquisando tudo rs. Masoquismo físico mesmo, como vivo hoje, veio nesta minha segunda fase pois, inicialmente, a coisa era mais psicológica."
 
5) Faz faculdade de que? Teve haver com sua relação em buscar novas respostas ou profissional? Tem muitos conflitos que ainda não se resolveram na sua cabeça? Fez terapia?
"Hoje faço bacharelado em Direito, pois é a área em que atuo profissionalmente, e isto facilitará algumas futuras promoções.
Não tenho conflitos, não procuro respostas. Para saber respostas vc precisa saber quais são as perguntas e eu não tenho perguntas, tenho apenas desejo de servir. Meu ex-marido me obrigou a procurar um psicólogo e um psiquiatra. Fui nos dois. O último queria me dar um inibidor sexual. O primeiro falou que eu não tinha nada... Mandei os dois praquele lugar e fui cuidar da minha vida sozinha. Continuei casada mas o relacionamento estava muito fragilizado para voltar a ser o que era. Hoje convivo com os meus filhotes, cuido das minhas coisas e das minhas obrigações com o Mestre. Prefiro gastar 300 reais com o meu cabelo do que ficar falando com um estranho kkkk."

 
6) Chegar ao niilismo na entrega e se considerar apenas uma posse é algo inimaginável para mim, pois eu tenho muito do baunilha, além do q sou switcher e portanto no seu caso creio que seu mestre teve muito talento para vc chegar a esse nível de entrega? Qual a fundamental importância dele nesse processo e como? Como vc lida com as emoções de nulidade? Sendo que está se formando academicamente e isso muda nossa visão de mundo inevitavelmente. Tem medo de mudar os paradigmas?
"Como eu respondi anteriormente, meu adestramento inicial foi totalmente voltado ao niilismo. No decorrer da minha caminhada no BDSM conheci muitos Dominadores com filosofias diferentes, o que me afastou um pouco desse sentimento e isso me fez falta. Mas é muito difícil encontrar um Dominador que aceite esse nível de entrega e saiba lidar com ele. Muitos confundem com carência. Eu só quero ser feliz aos pés do meu Dono.
A importância de Mestre Gregório em minha vida foi resgatar em mim esse desejo de abnegação; de servir sem esperar nada em troca e agradecer pelo que Ele me oferece. Sou o último item na lista de importâncias do Mestre. Trabalho, família, saúde, vem tudo na frente. Mas, ao mesmo tempo, sei a minha importância na vida Dele como Dominador. No quanto Ele respeita a minha entrega e do quando me fez e faz amadurecer. Sou muito grata em pertencer a Ele."

 
7) Nas suas praticas, anoxia erótica eu sei que dá prazer imediato, spank também pela liberação de endorfina, mas vc disse que o psicológico é mais forte. Quais as práticas que te levam ao orgasmo sem se tocar? Vc pratica a castidade voluntária? Tem necessidades ou são superadas? Vc é podólatra ou tem outro tipo de fetiche associado ao BDSM?
"Nunca me vi fetichista. Meu desejo é apenas em servir. Sou pet nos momentos em que tenho que ser pet e aprendi a ter prazer nisso. Não sou podólatra mas beijo os pés do Mestre, tiro os seus sapatos e meias com todo carinho e respeito. Gosto quando Ele apoia os Seus pés sobre mim. Mas não considero como podolatria pois a minha paixão não está nos pés do Mestre e sim em Sua presença.
Gozo apenas com a ordem do Mestre. Gozo apanhando, gozo principalmente nas torturas nos seios rs. Gozo ao saber que pertenço.
Quanto a castidade, Mestre me mantém em castidade desde que nos relacionamos. Acho que só não colocou um cinto porque achou caro comprar um e eu que não vou comprar kkkkk. Mas não posso me tocar sem ordem e só posso fazer sexo quando Ele percebe que estou a ponto de ter um colapso, e olhe lá."

 
8) Sobre medos. A) essa relação não garante nada, nem viver juntos para sempre. Isso te excita? Tem medo de perder para outra submissa? Existe uma hierarquia entre as escravas dele? Vc é a preferida? Como vc vê um Mestre tão poderoso poder te excluir?
"Tudo o que escrevo parece muito bonito, muito romântico, mas não é. Ser escrava dói. Ter consciência de que é apenas uma peça, dói. Apenas sirvo porque entrego nas mãos do Mestre o meu bem mais precioso, minha submissão. Se eu não me submeter a Ele não há razão para servir. E se Ele não quiser mais a minha submissão pode me dispensar.
A hierarquia dentro de Sua casa é apenas por ordem de chegada; sendo mais velha e mais experiente não posso cometer erros que são perdoáveis em uma iniciante e, quando erro, as punições são mais rigorosas. Mas não há hierarquia realmente; todas as submissas tem apenas um objetivo: Servir ao Mestre.
Não tenho medo de ser substituída por outra submissa. Cada peça é única e fornece o que o Mestre precisa dentro de suas limitações. E Mestre não vai se sujeitar a submissas mandonas. Ele já me disse que dispensou uma submissa que desejava muito por esta impor como condição a minha saída. Azar o dela: perdeu um excelente Mestre e uma boa irmã (porque eu sou boazinha, só um pouco sádica.. kkk). Eu continuo aqui
."
 
9) Sendo PPE ou TEP, a) vc usa sempre a safe-word? B) teve momentos em que a dor era tão insuportável e se manteve apenas para agradar o mestre? C) Sempre busca superar seus limites para o mestre ou para buscar seu prazer? D) vc se considera exibicionista? E) Essa relação seria a mesma se não tivesse plateia ou exposição das praticas no fetlife? F) qual a importância sua e não do mestre em se mostrar nas praticas?
"Tenho uma safeword que me foi apresentada na primeira sessão mas nunca precisei usar. Mestre percebe o meu corpo, as minhas reações. Já aconteceu de eu falar que algo não estava indo bem, mas não paramos a cena, apenas mudamos o que estava errado e a coisa segue. Se algo está fora do considerado normal eu aviso na hora. Mestre pára o que está fazendo e foca em outra coisa, mas nunca parar a sessão.
Busco a superação dos meus limites para minha evolução e para melhor satisfazer os desejos do Mestre, é claro... rs
Sou exibicionista mas Mestre é mais do que eu. Meu Fetlife é relativamente novo e eu pratiquei por muito tempo, ou seja, não preciso do exibicionismo para ser feliz. Mas gosto de exibir minhas marquinhas sim.
Mas me exibo como peça Dele pois, se não tivesse o Mestre, não teria as marcas ali."

 
10) Como é dividido seu tempo com o lado baunilha dele? Tem dias específicos para os encontros? Onde sempre ocorrem? Na sua casa? Nos encontros BDSM, enfim, como se programam?
Eu teria muito mais perguntas, mas são coisas que vem com o tempo e espero que outro a façam, vc com o título de faculdade vai seguir uma vida diferente e quais seus planos profissionais que não comprometa sua relação?
"Não tem programação. Estou aqui falando com vcs e o Mestre me manda uma mensagem mandando eu encontrá-lo em tal lugar, ou avisando que está chegando aqui em casa.
Ou no dia anterior fala que vai me usar no dia seguinte. Eu simplesmente vou. E cada
vez que vou encontrá-lo é como se fosse a primeira vez. Coração palpita e sinto borboletas no estômago.
Mestre não frequenta casas ou bares BDSM, também não vai a encontros. Por isso qual não foi a minha surpresa quando Ele foi ao meu aniversário no Dominatrix. Me senti a mais amada das submissas rs. Prova do respeito e do carinho que Ele tem pela minha entrega.
Quanto ao trabalho, sou funcionária pública estadual. Tenho metas de ingressar num quadro federal ou subir de cargo dentro do próprio Estado. Minha submissão independe disso. Talvez apenas eu tenha que trabalhar um pouco mais rs"

terça-feira, 30 de abril de 2019

(Slave To) Lust - The Mission





(Escravo Da) Luxúria

Primeiro eu vou te foder e então fazer amor bem feito
Baby, isso tem levado muito tempo
Eu vou conquistar todos os orifícios, grite aos céus
Onde todos os anjos foram?
Eu quero ter na minha boca, te levar lá no fundo
Levá-la para uma viagem, levá-la para um passeio
Eu alimentarei sua fome todos os dias, 

faça qualquer coisa que você gostaria que eu fizesse
Não é assim tão estranho como o encanto te afeta

E eu vou ser um escravo
Serei um servo da luxúria
Escravo da luxúria
Serei um escravo da luxúria
Escravo da luxúria

Eu só quero deixar este mundo por um instante
Eu quero sentir como o Deus que você quer que eu seja
Eu quero ascensão elevada, o amor rápido e exultação
Eu sei que você entende essa necessidade em mim
Estou cansado de masturbação, cansado brincar sozinho
Não quero ir para o inferno, não quero ficar cego
Tão certo como o rio que flui e desce para o mar
Te darei tudo o que tenho se você me enlouquecer

E eu vou ser um escravo
Serei um servo da luxúria
Escravo da luxúria
Serei um escravo da luxúria
Escravo da luxúria

Eu rosto pode ser um lugar bonito
Quando você está lá com quem você ama
E eu sempre soube e eu sei que você fez 
para que o muito nunca seja o bastante
Eu sou um escravo da luxúria
Escravo da luxúria

Dez anos e o blog voltou!!!

  Em 2008, quando eu ainda servia ao Senhor FA e me chamava Emanuelle, criei o blog Diário de Emanuelle com a intenção de traduzir em pal...