terça-feira, 14 de maio de 2019


Ontem me perguntaram como separo o "eu escrava" do "eu baunilha".
Eu não separo a baunilha da escrava.
Eu sou uma escrava que tem atividades baunilhas e não uma baunilha que brinca de escravidão consensual de vez em quando.
Esse é o meu conceito de ser 24/7. 
Eu apenas sou... 🥰

Lilica de Mestre Gregório

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Conversar x Negociar

Dia desses estava conversando com um amigo Dominador sobre Negociações. Ele comentou comigo que, quando iniciou, não existia Conversação. As partes negociavam direto.

Propus, então, um debate usando, como exemplo, o diálogo hipotético abaixo.

- Dominador: bom dia, tudo bem? te vi no grupo tal e gosto das suas ideias. Vi que gosta de shibari. Sou shibarista. 
- Submissa: Olá senhor. Nossa. Eu amo shibari. Vejo o Senhor falando bastante sobre o assunto... fui amarrada várias vezes e estou estudando pois desejo me tornar uma dorei.
... trocam algumas fotos... falam mais sobre gostos, pessoas, referências...
- D:Eu sou de lugar Z e vc?
- S: Ah moro em Y.
- D: Legal, perto... podemos nos conhecer, falar um pouco sobre shibari. Tenho vários materiais.
- S: Ah.. claro Senhor... vamos conversando.
- D: vou trabalhar agora, depois nos falamos. Até mais.
- S: Até Senhor. Bom dia.

Isso é uma negociação? Não, isso é uma conversa.
Prossigamos...

O casal acima já está a algumas semanas papeando... nessas conversas já começaram a falar sobre interesses pessoais, detalhes da vida bau, para saber mais sobre o outro. Mas ainda não se conheceram.

Eles estão negociando? Não, ainda estão apenas conversando.

Dominador e submissa já perceberam que têm os mesmos interesses e gostam de conversar com uma frequência quase diária: várias vezes ao dia. O teor da conversa mudou um pouco... é mais aprofundado.
O Dominador percebe uma abertura na submissa.
Ela está bastante interessada naquele shibarista que pode lhe ensinar muito e gosta da maneira como ele a trata. Ela começa a respeitá-lo mais do que aos outros Dominadores com quem conversa. Tem vontade de passar mais tempo falando com ele do que com os outros.
Ambos já sabem um pouco mais sobre os desejos do outro e desejam se conhecer pessoalmente. Ou um encontro com amigos num bar lugar aberto ou num café apenas os dois. E a conversa migra pra este caminho.

E agora? Agora, sim, este Dominador e esta submissa abriram as portas para uma negociação.
É essa linha tênue que as pessoas não enxergam. Confunde-se conversar com negociar.
Conversar é conhecer.

Seres humanos, ao se conhecerem, estreitam conhecimento através do diálogo. Seja virtualmente, seja pessoalmente. Tudo começa da conversa; parte-se do cumprimento, fala-se sobre amenidades, até se descobrir algo em comum que faça com que se mantenha o interesse na conversa.
Conversação é a porta de entrada para se conhecer alguém.

Negociar no BDSM, falando do ponto de vista do bottom, significa se sentar com o Top e acordar o que pode ou não ser feito com o seu corpo ou o seu psicológico; do ponto de vista do Top, significa conhecer os limites aos quais ele não pode ultrapassar (ou deve ultrapassar com parcimônia).
Negociação você faz com quem você já conhece.

Conversar sobre práticas não significa que se está negociando sobre estas práticas.

Quando eu falo para Dominador Y que gosto de ser amarrada, não significa que estou falando pra este Dominador que quero ser amarrada por ele.

Comentei certa vez, em outro texto, sobre negociação miojo.
Comecei a conversar com um Dominador e logo percebi que nossos interesses não batiam e me despedi. Quando o Dominador falou: espero podermos dar continuidade nessa negociação.
Respondi: a gente só está conversando... não tem nenhuma negociação rolando aqui.
Está bem... reconheço que fui chata e, porque não dizer, grossa; afinal, ninguém é obrigado a se engessar em fases ou saber diferenciar o nome de cada uma.

Mas eu espero que a pessoa tenha um “feeling” para diferenciar uma simples conversa de uma negociação. Não se pode atropelar passos em relações. Não podemos fazer isso no baunilha, imagina no BDSM.

Conhecimento é a principal arma do submisso.

Meus respeitos.
lilica de Mestre Gregório

terça-feira, 7 de maio de 2019

Você conhece a sua identidade sexual - Reflexões Clínicas

Série sobre Identidade Sexual com o Dr. Maurício Amaral de Almeida.
Conheça o canal Reflexões Clínicas.



1/5: Entendendo para respeitar
2/5: O sexo biológico, a identidade e a expressão de gênero  
3/5: Com quem você deseja se relacionar?  
4/5: Com quantas pessoas você gostaria de se relacionar?   
5/5: Quais são as suas fantasias, desejos e práticas sexuais?

Publicado em 2 de mar de 2018
Você conhece a sua identidade sexual? Você sabe quantos aspectos importantes ha para definir essa identidade? Quais são eles?

Será que você já refletiu sobre aspectos mais profundos dos seus próprios desejos?

Como fazer para conviver com a diversidade sexual que existe na atualidade? Você é obrigado a concordar com orientações sexuais que, no seu íntimo você não aprova? Se essas perguntas passam pela sua cabeça essas reflexões podem te ajudar.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Entrevista no grupo BDSM Confidence

Entrevista no grupo de facebook BDSM Confidence em 09/03/2019
 
É impossível não ficar perplexo com o seu estilo de vida inspirado no História d`O. Não vejo uma entrega PPE e sim TEP da sua parte, mas entendi suas colocações, pois o niilismo que conseguiu atingir tomou proporções muito além do possível e aceitável para mim como submisso, já que sua entrega é mental não consigo ver um PPE. Questões tenho muitas e infelizmente não consigo perguntar pouco, por isso vou numerar, se não se importa.
"Em relação ao formato de nossa relação: minha entrega, dentro dos meus conceitos, está nos moldes da TPE. Mas eu não formo conceitos, nem tampouco altero os pré-existentes a meu belprazer. Portanto, dentro do conceito pré-existente, com as liberdades que tenho de agir em determinadas situações, o tempo dedicado pelo Mestre, a relação se encaixa mais no PPE do que no TPE. As particularidades da vida do Mestre não o permitem manter uma relação de controle total."
 
1) Relação a privacidade: a) Você tem filhos? a sua família sabe que é submissa? A família do mestre conhece a vida paralela dele? Alguns amigos baunilhas sabem? Como vc explica as marcas do spank na comunidade baunilha (Faculdade e emprego)?
"Não tenho filhos (mas tenho cães que dão tanto trabalho tanto... rs). Minha irmã sabe que sou uma escrava e alguns amigos íntimos. Ao resto não creio que importa saber de detalhes da minha intimidade. Não espalho por aí que sou sadomasoquista, embora use coleira o tempo todo; contudo hoje elas estão na moda. Não saio exibindo marcas em público; Mestre costuma fazê-las em lugares que uma roupa comum cubram, mas pode escapar uma marca no ombro ou nos braços. O importante é fingir que elas não estão lá... kkkkk.
Quanto a vida baunilha do Mestre, essa compete apenas a Ele e não me envolvo.

2) Relação ao intermédio: a) vc teve um início com quem? Teve tutor? b) O casamento foi um grande empecilho para seguir sua inclinação masoquista? C) Porque esse período sem praticar? O que motivou de repente uma entrega a esse nível?
"Tive um Dono logo no início que, na verdade, foi mais um mentor do que Dono. Ele inibiu o meu furor de sair praticando sem nada saber mas me deu toda a base BDSM que tenho hoje. Meu niilismo advém dele, não do Mestre. O que Mestre fez foi resgatar esse sentimento perdido em meio à muitas relações superficiais.
Meu marido me empurrou pro BDSM quando me fez sair da faculdade kkkk. Cabeça vazia, internet, amantes e já viu. A medida que fui obtendo conhecimento e tendo curiosidade em aumentar a intensidade, meu casamento só foi ruindo. Até que meu marido descobriu. Detalhes à parte, me afastei por seis anos. Após me separar voltei ao BDSM dois meses depois. E aqui estou eu. Voltei com a intenção de me envolver apenas com sádicos; queria esse troço psicológico não. Aí conheci Mestre Gregório e tudo mudou: o antigo sentimento de submissão foi resgatado e vivencio o que sempre quis ter desde o começo."

3) Uma entrega a esse nível de objetificação e niilismo é algo raro, vc mesma colocou que precisa de muito empenho em se manter sua mente focada, mas é obvio que isso é paixão. A) Ele tem outras escravas/ b) vcs escravas tem contato entre si? C) como lidar com o ciúmes, gosta de sofrer com isso? Ele tem esposa e vcs se conhecem? Existe na sua vivência o que falaram aqui de Cuckquean? Voce se submente na frente de outras dele ou assiste ele com outras? Como fica seu psicológico?
"Costumo brincar que faço um ato de contrição diário para não esquecer de ser quem eu sou. Porque, quando nos submetemos, temos que fazê-lo de verdade. Não podemos nos contradizer.
Sim, Mestre tem mais uma submissa em treinamento, a Laika. Ela, inic
iante, veio me procurar para tirar dúvidas e eu a apresentei ao Mestre. Nós nos damos muito bem, vamos juntos aos eventos e, passeamos juntas também. Ciúmes é natural e eu sou muito ciumenta. Mas tenho ciúmes dela também. E tenho ciúmes das minhas cordas kkkk. Ou seja, tenho ciúmes de tudo o que me é caro. Ninguém é um robô a ponto de não ter sentimentos. O que vc faz com esse sentimento é que fará a diferença.
Além disso, Mestre também faz sessões avulsas. Já teve vez de eu descobrir que tinha outra submissa ao encontrá-la no saguão do hotel kkkk. Já servi a uma switcher sob ordens de outro Top. Já fui apenas peça acessória na sessão.
Amo ser escrava, ser humilhada e subjugada. Meu sofrimento me dá prazer. Se vc não sente prazer no seu sofrimento, seu lugar não é no BDSM. Masoquismo patológico é uma doença."

4) Como se descobriu masoquista: o Livro da História d´O foi o gatilho? Ou sempre foi submissa e ficou enrustido?
"Não sei quando me descobri masoquista. Sexualmente falando sempre gostei de ser subjugada. Meu primeiro relacionamento, analisando detalhadamente hoje, era abusivo e meu ex me humilhou de muitas maneiras, mas, na época, eu não via assim. Descobri o BDSM meio que no susto quando me envolvi com um policial que, na hora do sexo, prendeu minhas mãos e me deu um tapa no rosto que me fez gozar instantaneamente. Não me lembro exatamente do pulo que isso deu para o BDSM em si, mas quando vi, já estava pesquisando tudo rs. Masoquismo físico mesmo, como vivo hoje, veio nesta minha segunda fase pois, inicialmente, a coisa era mais psicológica."
 
5) Faz faculdade de que? Teve haver com sua relação em buscar novas respostas ou profissional? Tem muitos conflitos que ainda não se resolveram na sua cabeça? Fez terapia?
"Hoje faço bacharelado em Direito, pois é a área em que atuo profissionalmente, e isto facilitará algumas futuras promoções.
Não tenho conflitos, não procuro respostas. Para saber respostas vc precisa saber quais são as perguntas e eu não tenho perguntas, tenho apenas desejo de servir. Meu ex-marido me obrigou a procurar um psicólogo e um psiquiatra. Fui nos dois. O último queria me dar um inibidor sexual. O primeiro falou que eu não tinha nada... Mandei os dois praquele lugar e fui cuidar da minha vida sozinha. Continuei casada mas o relacionamento estava muito fragilizado para voltar a ser o que era. Hoje convivo com os meus filhotes, cuido das minhas coisas e das minhas obrigações com o Mestre. Prefiro gastar 300 reais com o meu cabelo do que ficar falando com um estranho kkkk."

 
6) Chegar ao niilismo na entrega e se considerar apenas uma posse é algo inimaginável para mim, pois eu tenho muito do baunilha, além do q sou switcher e portanto no seu caso creio que seu mestre teve muito talento para vc chegar a esse nível de entrega? Qual a fundamental importância dele nesse processo e como? Como vc lida com as emoções de nulidade? Sendo que está se formando academicamente e isso muda nossa visão de mundo inevitavelmente. Tem medo de mudar os paradigmas?
"Como eu respondi anteriormente, meu adestramento inicial foi totalmente voltado ao niilismo. No decorrer da minha caminhada no BDSM conheci muitos Dominadores com filosofias diferentes, o que me afastou um pouco desse sentimento e isso me fez falta. Mas é muito difícil encontrar um Dominador que aceite esse nível de entrega e saiba lidar com ele. Muitos confundem com carência. Eu só quero ser feliz aos pés do meu Dono.
A importância de Mestre Gregório em minha vida foi resgatar em mim esse desejo de abnegação; de servir sem esperar nada em troca e agradecer pelo que Ele me oferece. Sou o último item na lista de importâncias do Mestre. Trabalho, família, saúde, vem tudo na frente. Mas, ao mesmo tempo, sei a minha importância na vida Dele como Dominador. No quanto Ele respeita a minha entrega e do quando me fez e faz amadurecer. Sou muito grata em pertencer a Ele."

 
7) Nas suas praticas, anoxia erótica eu sei que dá prazer imediato, spank também pela liberação de endorfina, mas vc disse que o psicológico é mais forte. Quais as práticas que te levam ao orgasmo sem se tocar? Vc pratica a castidade voluntária? Tem necessidades ou são superadas? Vc é podólatra ou tem outro tipo de fetiche associado ao BDSM?
"Nunca me vi fetichista. Meu desejo é apenas em servir. Sou pet nos momentos em que tenho que ser pet e aprendi a ter prazer nisso. Não sou podólatra mas beijo os pés do Mestre, tiro os seus sapatos e meias com todo carinho e respeito. Gosto quando Ele apoia os Seus pés sobre mim. Mas não considero como podolatria pois a minha paixão não está nos pés do Mestre e sim em Sua presença.
Gozo apenas com a ordem do Mestre. Gozo apanhando, gozo principalmente nas torturas nos seios rs. Gozo ao saber que pertenço.
Quanto a castidade, Mestre me mantém em castidade desde que nos relacionamos. Acho que só não colocou um cinto porque achou caro comprar um e eu que não vou comprar kkkkk. Mas não posso me tocar sem ordem e só posso fazer sexo quando Ele percebe que estou a ponto de ter um colapso, e olhe lá."

 
8) Sobre medos. A) essa relação não garante nada, nem viver juntos para sempre. Isso te excita? Tem medo de perder para outra submissa? Existe uma hierarquia entre as escravas dele? Vc é a preferida? Como vc vê um Mestre tão poderoso poder te excluir?
"Tudo o que escrevo parece muito bonito, muito romântico, mas não é. Ser escrava dói. Ter consciência de que é apenas uma peça, dói. Apenas sirvo porque entrego nas mãos do Mestre o meu bem mais precioso, minha submissão. Se eu não me submeter a Ele não há razão para servir. E se Ele não quiser mais a minha submissão pode me dispensar.
A hierarquia dentro de Sua casa é apenas por ordem de chegada; sendo mais velha e mais experiente não posso cometer erros que são perdoáveis em uma iniciante e, quando erro, as punições são mais rigorosas. Mas não há hierarquia realmente; todas as submissas tem apenas um objetivo: Servir ao Mestre.
Não tenho medo de ser substituída por outra submissa. Cada peça é única e fornece o que o Mestre precisa dentro de suas limitações. E Mestre não vai se sujeitar a submissas mandonas. Ele já me disse que dispensou uma submissa que desejava muito por esta impor como condição a minha saída. Azar o dela: perdeu um excelente Mestre e uma boa irmã (porque eu sou boazinha, só um pouco sádica.. kkk). Eu continuo aqui
."
 
9) Sendo PPE ou TEP, a) vc usa sempre a safe-word? B) teve momentos em que a dor era tão insuportável e se manteve apenas para agradar o mestre? C) Sempre busca superar seus limites para o mestre ou para buscar seu prazer? D) vc se considera exibicionista? E) Essa relação seria a mesma se não tivesse plateia ou exposição das praticas no fetlife? F) qual a importância sua e não do mestre em se mostrar nas praticas?
"Tenho uma safeword que me foi apresentada na primeira sessão mas nunca precisei usar. Mestre percebe o meu corpo, as minhas reações. Já aconteceu de eu falar que algo não estava indo bem, mas não paramos a cena, apenas mudamos o que estava errado e a coisa segue. Se algo está fora do considerado normal eu aviso na hora. Mestre pára o que está fazendo e foca em outra coisa, mas nunca parar a sessão.
Busco a superação dos meus limites para minha evolução e para melhor satisfazer os desejos do Mestre, é claro... rs
Sou exibicionista mas Mestre é mais do que eu. Meu Fetlife é relativamente novo e eu pratiquei por muito tempo, ou seja, não preciso do exibicionismo para ser feliz. Mas gosto de exibir minhas marquinhas sim.
Mas me exibo como peça Dele pois, se não tivesse o Mestre, não teria as marcas ali."

 
10) Como é dividido seu tempo com o lado baunilha dele? Tem dias específicos para os encontros? Onde sempre ocorrem? Na sua casa? Nos encontros BDSM, enfim, como se programam?
Eu teria muito mais perguntas, mas são coisas que vem com o tempo e espero que outro a façam, vc com o título de faculdade vai seguir uma vida diferente e quais seus planos profissionais que não comprometa sua relação?
"Não tem programação. Estou aqui falando com vcs e o Mestre me manda uma mensagem mandando eu encontrá-lo em tal lugar, ou avisando que está chegando aqui em casa.
Ou no dia anterior fala que vai me usar no dia seguinte. Eu simplesmente vou. E cada
vez que vou encontrá-lo é como se fosse a primeira vez. Coração palpita e sinto borboletas no estômago.
Mestre não frequenta casas ou bares BDSM, também não vai a encontros. Por isso qual não foi a minha surpresa quando Ele foi ao meu aniversário no Dominatrix. Me senti a mais amada das submissas rs. Prova do respeito e do carinho que Ele tem pela minha entrega.
Quanto ao trabalho, sou funcionária pública estadual. Tenho metas de ingressar num quadro federal ou subir de cargo dentro do próprio Estado. Minha submissão independe disso. Talvez apenas eu tenha que trabalhar um pouco mais rs"

terça-feira, 30 de abril de 2019

(Slave To) Lust - The Mission





(Escravo Da) Luxúria

Primeiro eu vou te foder e então fazer amor bem feito
Baby, isso tem levado muito tempo
Eu vou conquistar todos os orifícios, grite aos céus
Onde todos os anjos foram?
Eu quero ter na minha boca, te levar lá no fundo
Levá-la para uma viagem, levá-la para um passeio
Eu alimentarei sua fome todos os dias, 

faça qualquer coisa que você gostaria que eu fizesse
Não é assim tão estranho como o encanto te afeta

E eu vou ser um escravo
Serei um servo da luxúria
Escravo da luxúria
Serei um escravo da luxúria
Escravo da luxúria

Eu só quero deixar este mundo por um instante
Eu quero sentir como o Deus que você quer que eu seja
Eu quero ascensão elevada, o amor rápido e exultação
Eu sei que você entende essa necessidade em mim
Estou cansado de masturbação, cansado brincar sozinho
Não quero ir para o inferno, não quero ficar cego
Tão certo como o rio que flui e desce para o mar
Te darei tudo o que tenho se você me enlouquecer

E eu vou ser um escravo
Serei um servo da luxúria
Escravo da luxúria
Serei um escravo da luxúria
Escravo da luxúria

Eu rosto pode ser um lugar bonito
Quando você está lá com quem você ama
E eu sempre soube e eu sei que você fez 
para que o muito nunca seja o bastante
Eu sou um escravo da luxúria
Escravo da luxúria

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Safeword: tábua de salvação

Publicado originalmente em 10/03/2019 no grupo BDSM Confidence (Facebook)

“Um masoquista está sendo submetido a uma sessão de spanking. Começa leve e vai aumentando a intensidade, troca-se de instrumentos várias vezes. Uma, duas, três horas... o braço do Dominador já está pesado e Ele sente dores no ombro a cada movimento; mas o masoquista não arrega. Depois de quatro horas um amigo daquele Dominador fala “faz tal coisa de tal jeito que vai funcionar”. O Dominador segue o conselho e na terceira pancada o masoquista pede a safe. E aquela cena se transformou numa queda de braço (quase literal kkkk) entre o Dominador e o masoquista.”

Com certeza quem frequenta a comunidade BDSM já presenciou esta cena algumas vezes, com diversas variações. É uma dinâmica que pode funcionar para algumas pessoas e eu respeito isso. Mas, certamente, não funciona pra mim.

Eu nunca parei uma cena; nunca pedi safeword. Por que sou a super masoca que aguenta tudo? Por que não quero ferir o orgulho do Dominador e suporto mais do que posso aguentar? Não... simplesmente porque nunca precisei. Porque todo Dominador a quem servi sabia quando devia parar uma cena.

A safeword não é para ser usada para parar uma cena quando o submisso chega ao seu limite. Principalmente porque nem sempre isso acontece. Um submisso em subspace, por exemplo, deixa de responder a estímulos e não sente mais dor. Ele não pedirá a safeword nunca.

Uma sessão ou cena demanda comunicação constante: oral ou gestual. A safeword não deveria ser a tábua de salvação para a paralisação de uma cena. Ela é a ferramenta para o submisso informar ao Dominador quando algo está errado, uma emergência, qualquer coisa fora do alcance do campo de observação daquele Dominador.

Gosto muito do conceito de safeword parciais, por exemplo amarelo, tem uma coisinha errada aqui mas dá pra corrigir; vermelho, tem uma coisa muito errada aqui, melhor parar e partir pra outra coisa.

Nas minhas relações – e, nestes casos, gosto de frisar bem que é uma opinião pessoal – se um Dominador apenas parar uma cena após eu já estiver desfalecendo, certamente vai ser a última vez que ele encostará a mão em mim. Um Dominador sabe que é necessário breves períodos de pausa, na qual ele pára uma prática e inicia outra, podendo voltar a anterior ou não, como ele quiser. Ele está sempre atento à forma como o submisso responde aos seus estímulos.

Eu acho que existe uma falta de compreensão muito grande quanto ao uso da safeword.
Tem Dominadores que, quando o bottom fala a safe, simplesmente encerra a sessão - se vista e vamos embora! – quando, na verdade, o bottom só estava comunicando que algo estava errado naquela prática específica.

Tem bottom que acha que a safeword é o objeto de poder máximo, o cetro que a torna soberana na relação - eu paro quando eu quero. Cuidado, garota... com grandes poderes vem grandes responsabilidades... rs.

Mestre Gregório me disse uma vez que não adianta você ter a safeword e não poder usar. Às vezes, é melhor você não ter a safe e o Dominador parar a cena no momento certo, do que você ter uma safe e o Dominador não parar a cena quando você usá-la, sob o pretexto de que apenas ele sabe quando deve parar.

Eu ousaria complementar dizendo que sempre se deve ter uma safeword, mas que não seja necessário utilizá-la, pois o bottom pode confiar que o Dominador a quem entrega o seu corpo vai zelar por ele.

Meus respeitos.
lilica de Mestre Gregório.

terça-feira, 23 de abril de 2019

BDSM para iniciantes - Blog Mulheres Bem Resolvidas


Vocês conhecem o blog Mulheres Bem Resolvidas?

Cátia Damasceno abre um espaço para as mulheres debaterem abertamente sobre Sexualidade e outros temas do universo feminino.




Neste vídeo, ela apresenta de forma clara e bem divertida o BDSM, dirigido para o público aberto que deseja conhecer nosso mundinho escuro.

Vale a pena compartilhar com aquela sua amiga baunilha para quem você não consegue explicar o que nós fazemos aqui. rsrs.

Acompanhem também o artigo no blog:
BDSM: tudo sobre bondage, dominação/submissão e sadomasoquismo!

Já sei qual será minha próxima safeword: Goooool da Alemanha 😂

Não entendeu? 😏 Assista o vídeo.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Livro - Identidade Roubada – Chevy Stevens

Hoje vou fazer uma indicação de leitura.

Este não é um livro sobre BDSM. Não fala sobre SSC, liturgia, práticas.

Mas ele me deu elementos para compreender sobre Dominação Psicológica, relação TPE 24/7 e escravidão consensual. E isto é irônico pois não fala sobre nenhum destes temas neste livro.

Identidade Roubada não fala sobre consensualidade; ele narra a estória do sequestro de uma mulher pelas mãos de um psicopata.

Annie Sullivan é mantida em cativeiro por um ano. Durante o período em que ficou presa, ela foi submetida a duras regras impostas (de forma violenta) pelo seu algoz. Ele controlava todas as atividades, como ela se vestia, o que comia e bebia (incluso horário e quantidade), horários de ir ao banheiro. Um controle total 24 horas por dia, sete dias por semana.

Contudo, o livro começa já pelo final da estória, com a própria Annie narrando sua experiência numa sessão de terapia. Sabemos que ela sobreviveu ao sequestro e está bem. Mas será que está mesmo?

Cada capítulo é uma visita de Annie ao consultório de sua terapeuta, onde revive passo a passo, de maneira crua, todas as experiências vividas e a sua luta para superar os traumas e tentar voltar à vida normal, mesmo sabendo que nunca mais conseguirá ser a mesma pessoa de antes. Aqui acompanhamos a desconstrução de uma submissão forçada e as consequências destrutivas de uma dominação psicológica aplicada pro mal. O que nos abre os olhos aos possíveis psicopatas que podemos encontrar transvestidos de Dominador. Lembrando sempre que BDSM se trata, exclusivamente, de Consensualidade.

Confesso que este me livro me machucou. Tive uma empatia profunda com a personagem e senti todas as dores que ela sentiu; chorei copiosamente todas as lágrimas que ela chorou; festejei com ela quando conseguiu ir ao banheiro fora do horário pela primeira vez e quando voltou a dormir em sua cama. Cada pequena vitória rumo ao "normal life".

Não pensem que sou contra as práticas voltadas para o controle psicológico. Já disse mais de uma vez que sou profundamente psicológica e sou uma escrava TPE numa relação PPE. Mas Identidade Roubada ilustra, de um ponto de vista extremo, que tudo tem um lado bom e um lado mal, e que, quando o lado mal se impõe, as consequências podem ser desastrosas.

Recomendo veemente a leitura. É um livro relativamente barato para se comprar na forma física e facilmente encontrado para baixar em pdf.

Meus respeitos.
lilica de Mestre Gregório



terça-feira, 16 de abril de 2019

Pleasure Slave - Manowar



Escrava do Prazer

Estou esperando para minha mão
Mas ela esperará minha ordem
Minhas correntes e coleiras a deixou de joelhos
Ela agora é livre para dar prazer
Mulher seja minha escrava
Essa é uma razão para viver
Mulher seja minha escrava
E o maior presente que eu posso dar
Mulher seja minha escrava
Antes de se entregar ela não tinha vida
Agora ela é uma escrava, não uma esposa
Sua única magoa é com mulheres que vivem com mentiras
Ela está tirando seu disfarce
Mulher seja minha escrava
Acorrentada a minha cama
Mulher seja minha escrava
Implore para ser alimentada
Seu corpo pertence a mim
Mulher venha cá
Tire suas roupas
Ajoelhe-se diante de mim
Me satisfaça
Mulher seja minha escrava
Acorrentada a minha cama
Mulher seja minha escrava
Implore para ser alimentada
Eu quero você agora
Mulher seja minha escrava

sexta-feira, 12 de abril de 2019

BDSM x Mundo baunilha: Os mesmos preconceitos


Esta semana participei de um debate onde se perguntava como se identificar um Top ou bottom galinha, se uma submissa sem Dono podia ficar vagando pelos pvs dos Tops e como os Tops viam a ação das “submetralhadoras”.

A questão, embora carregada de estereótipos baunilhas, certamente não é impertinente ou absurda, ainda mais originada de uma iniciante que está tentando se descobrir e entender o nosso mundinho escuro.

Mas as respostas, vindas de praticantes reais e experientes, estas sim me incomodaram bastante. E me fizeram ver o quanto é importante alertar os iniciantes de que há sim muito preconceito na comunidade.

Existem muitas pessoas perdidas por aqui em busca de algo que não é BDSM. E estas pessoas, não sendo BDSMers, logo são desmascaradas; não são bottoms e não são Tops. Não entendem de liturgia e desconhecem as práticas. Não estudam e só querem passar o tempo, se distrair e se divertir (na maioria das vezes virtualmente). Quer se divertir com elas? Ótimo. Não quer, bloqueia e ignora. É chato? Sim... mas não impossível de se fazer.

Porém, em nossa comunidade, o que mais temos são submissas experientes que não entenderam que seus Donos não pertencem a elas e sim elas que pertencem a Eles. E estas submissas são as maiores propagadoras de ofensas e fofocas a respeito das meninas que procuram seus amados Donos nos pvs. Subpiriguete, subpiranha, submetralhadora... e vários outros nomes pejorativos para denegrir a imagem de uma garota que simplesmente, sendo livre, tem a liberdade de conversar com o Dominador que quiser.

E são também os Dominadores experientes que falam mal das meninas que conversam ou, até mesmo, fazem sessões avulsas com vários Dominadores. Dizem a elas o quanto podem ficar mal faladas, com baixa reputação e que nenhum Dominador sério irá querê-las. Eu, pessoalmente, já ouvi isso mais de uma vez e sei o quanto fere e quase me fez desistir. Tenho conhecidas na comunidade que passaram pela mesma situação.

Quando conheci o Mestre Gregório, eu falei pra Ele que fazia avulsas porque nenhum Dominador queria ter D/s com uma submissa como eu. Mestre perguntou o que poderia haver de tão ruim em mim para ser rechaçada. Para vocês verem o quanto conseguiram incutir em mim que eu não poderia arranjar alguém por ser considerada uma puta. Mestre Gregório teve que fazer um trabalho de desconstrução e reconstrução para que eu pudesse melhorar a minha autoestima. E isto não foi no meu início; estou falando de algo que ocorreu a menos de dois anos. E se aconteceu comigo, já experiente e esclarecida, imagina o que não ocorre na cabeça de uma iniciante?

Não vamos fazer isso com as nossas iniciantes!

Hoje amadurecida, segura e consciente do que quero e gosto, entendi que existem três coisas que prezo muito no BDSM: Liberdade, Lealdade e Respeito.

A primeira diz a razão pela qual eu estou no BDSM, sendo esta a liberdade que eu tenho aqui de vivenciar coisas que eu não posso viver no mundo baunilha por conta do julgamento social. Ou seja, se for para ser taxada de puta, galinha, ou qualquer outro nome pejorativo que se dê ao comportamento libertino de uma mulher, eu não preciso estar no BDSM.

A segunda defino como sendo a minha atitude para com a pessoa com a qual eu me relaciono e para com os meus princípios. Uma submissa, tendo uma relação fixa com alguém (com coleira ou não), não vai ficar flertando com outros Dominadores. Do mesmo modo, um Dominador não vai ficar tentando seduzir a posse alheia, porque não vai estar sendo leal para com o outro Dominador, nem leal para com os protocolos BDSM.

Por fim, eu falo do respeito. Por que uma submissa livre pode conversar com quantos Dominadores ela quiser sem ser julgada, desde que não chegue tentando desestruturar uma relação em andamento, com intuito de causar discórdia, dividir ou tomar o lugar de quem já está (sim, acontece). Da mesma maneira, um Dominador pode conversar com quantas submissas ele quiser, (porque, sim, ele pode ter quantas submissas ele quiser), desde que mantenha a postura esperada de um Dominador.

Portanto temos o dever de rever os nossos pensamentos e expurgar da comunidade BDSM essa hipocrisia que se instaura de menosprezar a sexualidade da mulher que já é tão reprimida no mundo baunilha. Usar termos pejorativos como galinha, piranha, piriguete, metralhadora, só mostra o quanto trazemos ainda de preconceitos baunilhas ao BDSM, e eu sinto muitíssimo por isso.

Meus respeitos.
lilica de Mestre Gregório

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Escarificação e Marcas de Propriedade

Publicado originalmente em 09/03/2019 no grupo BDSM Confidence (Facebook)

Escarificar significa arranhar ou fazer cortes leves numa superfície. No body modification se machuca a pele com intenção de criar um desenho. Existem várias técnicas de escarificação sendo as mais conhecidas o “cutting” e o “branding”.
Cutting significa cortar; Branding significa marcar à fogo (queimadura). Não vou entrar no mérito de ensinar a manufatura das práticas pois existem pessoas muito mais qualificadas do que eu para esse intento; minha intenção é apenas de apresentação.

Os BDSMers utilizam das práticas de cutting e branding com a intenção de causar dor física, humilhação ou para marcar as suas posses, seja superficialmente, seja definitivamente.

Na literatura goreana, fala-se da marca de escrava (ou kajira); um símbolo que representa que aquela não é mais uma mulher livre e, sim, uma kajira.
Existem vários desenhos, que simbolizam as muitas regiões de Gor, sendo o kef o mais conhecido, mas todos eles tem apenas como intuito identificar aquela peça como uma escrava, não exatamente como uma posse. O que identifica a kajira como posse é o seu colar (ou coleira).

Mestre Gregório ama marcar o corpo de sua peça como Seu. Com este intento, já utilizou de duas técnicas: um branding com elástico de dinheiro e cutting com faca.

Na primeira Ele usou um elástico (daqueles de prender dinheiro), segurando-o entre os dedos (fazendo um estilingue) e puxando sobre a pele em ângulos retos a fim de fazer o formato do desenho que desejava; a quantidade de estilingadas na pele dependerá muito da resistência, elasticidade da pele e da região aplicada. Em mim, com meu couro de rinoceronte, umas cinco estilingadas para fazer uma boa marca no bumbum kkkk. Sim, dói.


Na segunda, Mestre utilizou uma faca (que eu mesma dei de presente mas não com essa intenção kkkk), passando a fazer riscos superficiais, praticamente escrevendo sobre a pele. Também dói mas eu achei que doeu menos que o elástico. Mais uma vez, a marca variará dependendo da profundidade do corte e do tipo da pele.



Desnecessário lembrar que escarificação é uma prática invasiva portanto, requer cuidados especiais tanto na realização quanto nos cuidados pós. Higienização e assepsia são fundamentais. Não costumo usar pomadas, exceto se houver algum machucado que precisa de cuidados excepcionais; nesse intuito, Nebacetin ajuda muito. De resto, apenas água e sabão dão conta do recado.

Pessoalmente, tenho as minhas reservas quanto a marcas de propriedade definitivas. Ninguém espera que uma relação termine mas sabemos que a maioria termina, não importa a razão. E, sinceramente, se eu fosse um Top não iria querer uma posse com as iniciais ou brasão de outro Top em seu corpo. As marcas feitas por Mestre Gregório no branding sumiram por volta de um mês. Com o cutting talvez dure um pouco mais; estou monitorando.

O ideal seria uma marca que representasse a relação mas não com as iniciais em si.

Eu desejo uma marca de escrava; pode ser até aquele código de barras do site de registro de escravos. Porém marca definitiva de propriedade é algo a ser pensado com muito carinho.

Meus respeitos.
lilica de Mestre Gregório

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