Dia desses estava conversando com um amigo Dominador sobre Negociações. Ele comentou
comigo que, quando iniciou, não existia Conversação. As partes
negociavam direto.
Propus, então, um debate usando, como exemplo, o diálogo hipotético abaixo.
- Dominador: bom dia, tudo bem? te vi no grupo tal e gosto das suas ideias. Vi que gosta de shibari. Sou shibarista.
Propus, então, um debate usando, como exemplo, o diálogo hipotético abaixo.
- Dominador: bom dia, tudo bem? te vi no grupo tal e gosto das suas ideias. Vi que gosta de shibari. Sou shibarista.
- Submissa: Olá senhor. Nossa. Eu
amo shibari. Vejo o Senhor falando bastante sobre o assunto... fui
amarrada várias vezes e estou estudando pois desejo me tornar uma
dorei.
... trocam algumas fotos... falam mais sobre gostos, pessoas, referências...
- D:Eu sou de lugar Z e vc?
- S: Ah moro em Y.
- D: Legal, perto... podemos nos conhecer, falar um pouco sobre shibari. Tenho vários materiais.
- S: Ah.. claro Senhor... vamos conversando.
- D: vou trabalhar agora, depois nos falamos. Até mais.
- S: Até Senhor. Bom dia.
Isso é uma negociação? Não, isso é uma conversa.
... trocam algumas fotos... falam mais sobre gostos, pessoas, referências...
- D:Eu sou de lugar Z e vc?
- S: Ah moro em Y.
- D: Legal, perto... podemos nos conhecer, falar um pouco sobre shibari. Tenho vários materiais.
- S: Ah.. claro Senhor... vamos conversando.
- D: vou trabalhar agora, depois nos falamos. Até mais.
- S: Até Senhor. Bom dia.
Isso é uma negociação? Não, isso é uma conversa.
Prossigamos...
O casal acima já está a algumas semanas papeando... nessas conversas já começaram a falar sobre interesses pessoais, detalhes da vida bau, para saber mais sobre o outro. Mas ainda não se conheceram.
Eles estão negociando? Não, ainda estão apenas conversando.
Dominador e submissa já perceberam que têm os mesmos interesses e gostam de conversar com uma frequência quase diária: várias vezes ao dia. O teor da conversa mudou um pouco... é mais aprofundado.
O casal acima já está a algumas semanas papeando... nessas conversas já começaram a falar sobre interesses pessoais, detalhes da vida bau, para saber mais sobre o outro. Mas ainda não se conheceram.
Eles estão negociando? Não, ainda estão apenas conversando.
Dominador e submissa já perceberam que têm os mesmos interesses e gostam de conversar com uma frequência quase diária: várias vezes ao dia. O teor da conversa mudou um pouco... é mais aprofundado.
O Dominador percebe uma
abertura na submissa.
Ela está bastante
interessada naquele shibarista que pode lhe ensinar muito e gosta da
maneira como ele a trata. Ela começa a respeitá-lo mais do que aos
outros Dominadores com quem conversa. Tem vontade de passar mais
tempo falando com ele do que com os outros.
Ambos já sabem um pouco mais sobre os desejos do outro e desejam se conhecer pessoalmente. Ou um encontro com amigos num bar lugar aberto ou num café apenas os dois. E a conversa migra pra este caminho.
E agora? Agora, sim, este Dominador e esta submissa abriram as portas para uma negociação.
Ambos já sabem um pouco mais sobre os desejos do outro e desejam se conhecer pessoalmente. Ou um encontro com amigos num bar lugar aberto ou num café apenas os dois. E a conversa migra pra este caminho.
E agora? Agora, sim, este Dominador e esta submissa abriram as portas para uma negociação.
É essa linha tênue
que as pessoas não enxergam. Confunde-se conversar com negociar.
Conversar é conhecer.
Seres humanos, ao se conhecerem, estreitam conhecimento através do diálogo. Seja virtualmente, seja pessoalmente. Tudo começa da conversa; parte-se do cumprimento, fala-se sobre amenidades, até se descobrir algo em comum que faça com que se mantenha o interesse na conversa.
Seres humanos, ao se conhecerem, estreitam conhecimento através do diálogo. Seja virtualmente, seja pessoalmente. Tudo começa da conversa; parte-se do cumprimento, fala-se sobre amenidades, até se descobrir algo em comum que faça com que se mantenha o interesse na conversa.
Conversação é a
porta de entrada para se conhecer alguém.
Negociar no BDSM, falando do ponto de vista do bottom, significa se sentar com o Top e acordar o que pode ou não ser feito com o seu corpo ou o seu psicológico; do ponto de vista do Top, significa conhecer os limites aos quais ele não pode ultrapassar (ou deve ultrapassar com parcimônia).
Negociar no BDSM, falando do ponto de vista do bottom, significa se sentar com o Top e acordar o que pode ou não ser feito com o seu corpo ou o seu psicológico; do ponto de vista do Top, significa conhecer os limites aos quais ele não pode ultrapassar (ou deve ultrapassar com parcimônia).
Negociação você faz
com quem você já conhece.
Conversar sobre práticas não significa que se está negociando sobre estas práticas.
Quando eu falo para Dominador Y que gosto de ser amarrada, não significa que estou falando pra este Dominador que quero ser amarrada por ele.
Comentei certa vez, em outro texto, sobre negociação miojo.
Conversar sobre práticas não significa que se está negociando sobre estas práticas.
Quando eu falo para Dominador Y que gosto de ser amarrada, não significa que estou falando pra este Dominador que quero ser amarrada por ele.
Comentei certa vez, em outro texto, sobre negociação miojo.
Comecei a conversar com
um Dominador e logo percebi que nossos interesses não batiam e me
despedi. Quando o Dominador falou: espero podermos dar continuidade
nessa negociação.
Respondi: a gente só está conversando... não tem nenhuma negociação rolando aqui.
Respondi: a gente só está conversando... não tem nenhuma negociação rolando aqui.
Está bem... reconheço
que fui chata e, porque não dizer, grossa; afinal, ninguém é
obrigado a se engessar em fases ou saber diferenciar o nome de cada
uma.
Mas eu espero que a pessoa tenha um “feeling” para diferenciar uma simples conversa de uma negociação. Não se pode atropelar passos em relações. Não podemos fazer isso no baunilha, imagina no BDSM.
Conhecimento é a principal arma do submisso.
Meus respeitos.
Mas eu espero que a pessoa tenha um “feeling” para diferenciar uma simples conversa de uma negociação. Não se pode atropelar passos em relações. Não podemos fazer isso no baunilha, imagina no BDSM.
Conhecimento é a principal arma do submisso.
Meus respeitos.
lilica de Mestre
Gregório